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MP pede investigação sobre suposta interferência ideológica na Anvisa

Na noite desta segunda, a entidade suspendeu os testes da CoronaVac, produzido no Brasil pelo Instituto Butantan, após a morte de um dos voluntários

CoronaVac, vacina que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac com apoio do Instituto Butantan
CoronaVac, vacina que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac com apoio do Instituto Butantan -
O Ministério Público enviou nesta terça-feira um pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que o órgão investigue uma suposta interferência ideológica na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na noite desta segunda, a entidade suspendeu os testes da CoronaVac, imunizante produzido pelo laboratório Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan , após a morte de um dos voluntários.
A Procuradoria pediu que o TCU avalie se a decisão de Anvisa foi pautada com base em protocolos e motivações objetivas ou se o órgão está sendo afetado por influências político-ideológicas.

O órgão ainda solicita que o tribunal acompanhe os processos decisórios em futuras aprovações ou suspensões de testes de imunizantes, de modo a assegurar uma atuação "legal, econômica, impessoal e transparente".

A causa da morte do voluntário que participava dos testes clínicos da fase 3 não foi relacionada com a eventual aplicação da vacina. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), se trata de um suicídio . O paciente tinha 33 anos.

A representação do MP destaca que a agência tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, e que a independência administrativa, a estabilidade de seus dirigentes e a autonomia financeira são "prerrogativas necessárias ao exercício adequado de suas atribuições".
O questionamento é feito pelo MP sob suspeita de que tenha havido direcionamento político na decisão de suspender os testes da vacina. A ideia é que a suspensão teria o objetivo de prejudicar o cronograma da vacinação contra o novo coronavírus, prioridade da gestão do governador João Doria (PSDB). O tucano é adversário político direto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).