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Alemanha tem recorde de mortes por covid e supera um milhão de casos

País, que foi considerado modelo na Europa durante a primeira onda, foi afetado em cheio pela segunda

Primeira-ministra alemã, Angela Merkel
Primeira-ministra alemã, Angela Merkel -
Berlim - Atingida com força pela segunda onda da pandemia de coronavírus, a Alemanha superou nesta sexta-feira um milhão de contágios, no momento em que a Europa começa a flexibilizar com cautela algumas restrições, e o mundo aguarda uma vacina eficaz para as próximas semanas, apesar da persistência das dúvidas.
Na quinta-feira, foi anunciado oficialmente que a vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford requer um "estudo adicional".
O governo do Reino Unido anunciou nesta sexta-feira que solicitou à Agência Reguladora de Remédios e Saúde (MHRA) que avalie a vacina, a qual, segundo resultados preliminares, tem uma eficácia média de 70%.
A Alemanha, considerada um dos modelos na Europa por sua gestão da primeira onda da pandemia, foi afetada em cheio pela segunda. O país registra até esta sexta-feira um balanço de 1.006.394 infectados (+22.806 em 24 horas) e 15.586 mortes, incluindo 426 nas últimas 24 horas - um recorde.
O país vai prolongar até o início de janeiro as restrições decretadas para lutar contra a covid-19, como o fechamento de bares e restaurantes e a limitação de participantes em reuniões privadas.
"Ainda temos que fazer esforços (...) o número diário de infecções ainda é muito alto", afirmou a chanceler Angela Merkel durante a semana.
Ação de Graças atípico
Em todo mundo, foram registrados oficialmente mais de 60 milhões de casos de covid-19 desde o início da pandemia, com mais de 1,4 milhão de vítimas fatais.
Nos Estados Unidos, país mais enlutado, com mais de 263.000 mortos, foram registrados 1.333 óbitos nas últimas 24 horas e a celebração do Dia de Ação de Graças, na quinta-feira, foi atípica.
O famoso desfile de balões gigantes que geralmente reúne milhões de pessoas nas ruas de Nova York aconteceu sem a presença de público e foi exibido na Internet, com grande parte das animações filmadas com antecedência.
Acostumados a encontros em família para o almoço com peru, os americanos receberam mensagens contraditórias das autoridades.
O presidente eleito Joe Biden pediu à população um "sacrifício" e recomendou que as pessoas não viajassem, enquanto o atual presidente, Donald Trump, incentivou na quarta-feira "todos os americanos a se reunirem em suas casas e locais de culto".
Nos últimos sete dias, quase sete milhões de pessoas embarcaram em aviões nos Estados Unidos, segundo a agência TSA, que controla a segurança nos aeroportos, um aumento de 22% na comparação com a semana anterior.
O número de mortos nos Estados Unidos pode alcançar 321.000 até 19 de dezembro, segundo a projeção mais recente do Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Nesta sexta-feira, acontece no país a Black Friday, dia de grandes ofertas em que milhares de pessoas comparecem às lojas.

Situação melhor na Europa

Depois de quatro semanas de reclusão, a Inglaterra também reabrirá as lojas não essenciais e organizará testes em larga escala em dezembro, mas a grande maioria da população continuará sob severas restrições.

A Grécia permanecerá confinada ao menos até 7 de dezembro.

Na França, a situação registra um leve avanço. Se a tendência for confirmada, o confinamento será suspenso em 15 de dezembro e será substituído por um toque de recolher, com uma exceção para as noites de 24 e 31 de dezembro.

Os pequenos comércios poderão reabrir as portas a partir de sábado, e os cidadãos serão autorizados a viajar em um raio de 20 quilômetros durante três horas. Já bares, restaurantes e arenas esportivas permanecerão fechados ao menos até 20 de janeiro.