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Flores entregues em sepulturas para não arriscar a saúde em tempos de pandemia

Para manter a tradição, floriculturas oferecem serviço de delivery para clientes que não querem se colocar em risco

Por Gabriel Sobreira

Publicado em 01/11/2020 16:24:34 Atualizado em 01/11/2020 16:24:34
A floricultura Rosa Linda Botafogo, no Cemitério São João Batista, está entre os estabelecimentos que fazem entregas para clientes que preferem não sair de casa, mas que desejam manter a tradição do Dia de Finados
A floricultura Rosa Linda Botafogo, no Cemitério São João Batista, está entre os estabelecimentos que fazem entregas para clientes que preferem não sair de casa, mas que desejam manter a tradição do Dia de Finados
Rio -  Em tempos de pandemia, os clientes que não querem arriscar ir ao cemitério no Dia de Finados e desejam manter a tradição, contam a ajuda de algumas floriculturas que fazem entregas nos túmulos dos seus entes queridos.
“Sempre fazemos isso para um grupo menor de clientes, uns 10 fixos, que sempre pedem para irmos até a sepultura, pois eles possuem dificuldade de locomoção. Mas também podemos fazer esse tipo de entrega para quem desejar. Sem qualquer acréscimo no serviço. Estamos com um quiosque no São João Batista, mas entregamos no Caju e Catumbi também”, conta a comerciante Adriana Soares, de 36 anos, da Rosa Linda Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Do outro lado da cidade, no bairro de Inhaúma, na Zona Norte, Janete Silva, proprietária da Roseira de Inhaúma, conta que nunca fez tal serviço de entrega, mas que não teria qualquer problema se algum cliente fizesse tal pedido. “A ideia é interessante”, afirma ela, que este ano não aumentou a compra de flores para o Dia de Finados.
“A expectativa não é nada boa. A cada ano que passa fica mais fraco. As pessoas não se importam mais e os mais novos não continuam com essa tradição. Foi-se o tempo em que a Guarda Municipal chegava a fechar a rua. Hoje em dia, parece um dia comum, um feriado sem muito significado”, lamenta ela, aos 60 anos, sendo 36 à frente da floricultura.
Para Adriana Soares, da Rosa Linda Botafogo, o movimento em tempo de pandemia diminuiu bastante. “Estamos esperando pouca gente para amanhã (segunda-feira). Tanto que reduzimos nossa encomenda em 75%”, conta ela. Quando questionada sobre o tipo de flor que mais sai nessa época, a comerciante responde sem titubear. "É o Crisântemo. Porque dura mais", entrega, aos risos.