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Eduardo Paes diz que se incomoda em ser associado à corrupção em seus mandatos

Futuro prefeito deu a declaração ao anunciar o nome de Marcelo Calero para a pasta de Integridade Pública

Eduardo Paes, prefeito eleito do Rio, anunciou medidas para o combate à covid-19
Eduardo Paes, prefeito eleito do Rio, anunciou medidas para o combate à covid-19 -
Rio - O prefeito eleito Eduardo Paes, ao anunciar Marcelo Calero para a pasta de Integridade Pública, durante coletiva nesta terça-feira, disse que se incomoda em ser associado aos esquemas de corrupção na prefeitura e no governo do estado do Rio durante seus dois mandatos, de 2009 a 2016.

"Sou a pessoa que mais tenho respondido pelo pecado alheio. Houve um certo excesso e não é uma experiência agradável responder pelo erro dos outros. As pessoas podem acreditar, ou não, mas nunca desconfiei de nada. Isso é uma falha. Como não podemos confiar no feeling do prefeito, pedi ao Calero para assumir essa pasta da Integridade Pública", afirmou.
Paes também anunciou a criação da Secretaria da Juventude, voltada para programas de desenvolvimento dos jovens das comunidades do Rio, que será comandada por Salvino Barbosa, morador da Cidade de Deus. Ana Laura Barbosa foi escolhida para assumir a Secretaria de Conservação e Ana Ribeiro para subprefeitura da Zona Sul. 
Investigações
Eduardo Paes virou réu, dois meses antes da eleição, por suposto caixa 2 da Odebrecht na disputa a prefeito de 2012. O parlamentar foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaeco), junto à 204ª Zona Eleitoral, com mais quatro pessoas.
O Ministério Público Eleitoral denunciou, em julho deste ano, o futuro prefeito pelo recebimento de vantagens indevidas no total de aproximadamente R$ 10,8 milhões, mediante entregas de dinheiro em espécie por operador financeiro a serviço do Grupo Odebrecht, destinadas ao financiamento de sua campanha eleitoral de reeleição à Prefeitura do Rio de Janeiro no ano de 2012, com recursos não contabilizados oficialmente.
Em 2016, os escândalos de corrupção envolvendo o ex-governador do Rio, Sergio Cabral, e aliado de Paes vieram à tona. Com os escândalos, Eduardo Paes chegou a mudar de partido e se filiou ao DEM, da família Maia.
Na última quinta-feira, Cabral foi condenado a mais 19 anos de prisão por por receber R$ 144 milhões em propina da Fetranspor (Federação das Empresas de Ônibus do Estado do Rio). A pena total do ex-governador já chega a 321 anos, 1 mês e 18 dias de prisão