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Manifestantes marcam protesto após morte de primas na Baixada Fluminense

Emily Victória, de 4 anos, e Rebeca Beatriz, 7 anos, brincavam na porta de casa, quando policiais militares tentaram abordar duas pessoas que estavam em uma moto

Rebeca e Emily, mortas enquanto brincavam ao lado das mães
Rebeca e Emily, mortas enquanto brincavam ao lado das mães -
Rio - Familiares e ativistas marcaram um ato, para a tarde deste domingo, após a morte de duas crianças na comunidade do Barro Vermelho, em Jardim Gramacho, na sexta-feira (4). Emily Victória Silva dos Santos, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, 7 anos, brincavam na porta de casa, quando policiais militares tentaram abordar duas pessoas que estavam em uma motocicleta. Houve pelo menos três disparos e as crianças foram atingidas.
Nas redes sociais, manifestantes marcaram o ato para às 16h deste domingo, na Praça Raul Cortez, em Duque de Caxias. "Em 2020 já perdemos 22 crianças assassinadas pela militarização do estado. Não dá mais para naturalizar a morte de nossas crianças!", diz a publicação da página Coalização Negra
Policiais não prestaram socorro
A avó de Rebeca contou que ouviu os disparos e viu o momento em que policiais militares saíram do local em uma viatura. Ela diz que viu a sobrinha baleada na cabeça e sem vida e acusa policiais de atirarem e não prestarem socorro às meninas.
"Eu desci do ônibus e ouvi os disparos. Vi que tinha uma viatura da PM que saiu logo depois. A Polícia chega atirando, não pensa nos moradores das comunidades. Eram crianças que estavam brincando na porta de casa", disse Lídia da Silva Moreira Santos.
Em nota, a Polícia Militar disse que policiais estavam em patrulhamento, quando disparos de arma de fogo foram ouvidos, mas negou disparos por parte dos policiais militares.
A Polícia Civil diz que a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) instaurou inquérito para apurar a morte de duas crianças, de 4 e 7 anos. Os cinco policiais militares que estavam na região foram ouvidos e tiveram cinco fuzis e cinco pistolas apreendidas para realização de confronto balístico. Os agentes estão em diligências para apurar as circunstâncias do fato.
Números da tragédia
Dados da plataforma Fogo Cruzado mostram que neste ano, 22 crianças foram baleadas na Região Metropolitana do Rio: destas, 8 morreram.
Já a ONG Rio de Paz, que acompanha os casos de crianças e adolescentes mortas vítimas de armas de fogo desde 2007, contabiliza, desde então, 79 vidas tiradas no Rio, a maioria dela por balas perdidas. Só neste ano de 2020 a Rio de Paz listou 12 casos, uma média de uma morte por mês.
Rebeca e Emily, mortas enquanto brincavam ao lado das mães reprodução
Ato foi marcado para a tarde deste domingo Reprodução / Redes Sociais
Emily e Rebeca foram baleadas em Duque de Caxias reprodução