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MPE acusa o prefeito do Rio de participar do grupo ‘Guardiões do Crivella’

Grupo de servidores públicos foi designado para ficar de prontidão nos hospitais municipais para impedir e dificultar as matérias jornalísticas sobre a saúde do Rio

Prefeito do Rio foi acusado pelo MPE de abuso do poder político e conduta vedada por participar dos 'Guardiões do Crivella'
Prefeito do Rio foi acusado pelo MPE de abuso do poder político e conduta vedada por participar dos 'Guardiões do Crivella' -
Rio - O Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio da 23ª Promotoria Eleitoral, ajuizou, nesta quarta-feira, uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito do município do Rio, Marcelo Crivella, a candidata a vice-prefeita, Andrea Louriçal Firmo de Araújo, e o servidor municipal Marcos Paulo de Oliveira Luciano, por abuso de poder político e conduta vedada. Segundo o MPE, Crivella participava das conversas e acompanhava os relatórios publicados pelos servidores no grupo 'Guardiões do Crivella’. 
Grupos de servidores públicos do município do Rio foram designados para ficar de prontidão nos hospitais públicos da rede municipal do Rio, com o objetivo de impedir e dificultar a realização de matérias jornalísticas sobre a precária situação da saúde pública municipal. Os grupos de conversas foram criados no Whatsapp, como ‘Guardiões do Crivella’, ‘Assessoria Especial GBP’ e ‘Plantão’.
Os servidores designados recebiam ordens e prestavam contas ao servidor Marcos Paulo de Oliveira Luciano (vulgo ‘ML’), assessor especial do demandado Marcelo Crivella e administrador dos grupos de conversa. Do mesmo modo, os servidores eram advertidos, cobrados e elogiados pelo desempenho das atividades.
De acordo com a ação ajuizada pelo MPE, durante a campanha eleitoral municipal deste ano, foram constatados atos abusivos com viés político, em benefício da candidatura de Crivella e de Andrea Araújo, resultando na instauração de dois Procedimentos Preparatórios Eleitorais. A partir de tais procedimentos, foi comprovado que Marcelo Crivella fez uso dos serviços de servidores públicos do Poder Executivo municipal, durante o horário de expediente normal, para blindagem e promoção de sua imagem pessoal e de sua candidatura ao cargo de prefeito no pleito de 2020.
O MPE requer à Justiça o reconhecimento da prática de abuso de poder político, além da conduta vedada, com a respectiva declaração de inelegibilidade dos representados para eleições que se realizarem nos oito anos subsequentes à eleição em que se verificaram os ilícitos narrados e cassação do registro ou do diploma, além da aplicação de multa.