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Covid-19: Índia aprova uso emergencial de duas vacinas

O país autorizou a utilização do imunizante desenvolvido pela aliança britânica da Universidade de Oxford e AstraZeneca, assim como da empresa indiana Bharat Biotech

A Índia quer imunizar até 300 milhões de pessoas até meados de 2021
A Índia quer imunizar até 300 milhões de pessoas até meados de 2021 -
Nova Délhi - A Índia aprovou com urgência, neste domingo (3), o uso de duas vacinas contra a covid-19, abrindo caminho para uma das maiores campanhas de vacinação do planeta, enquanto a União Europeia se declarou disposta a "ajudar" a aumentar a capacidade de produção de vacinas para combater a doença.

A Índia autorizou o uso "para situações de emergência" da vacina desenvolvida pela aliança britânica da Universidade de Oxford e AstraZeneca, assim como da empresa indiana Bharat Biotech, anunciou no domingo a autoridade reguladora de medicamentos local.

O Serum Institute of India, maior fabricante mundial de vacinas, afirmou que está produzindo entre 50 e 60 milhões de doses por mês da vacina AstraZeneca/Oxford, que é mais barata que a Pfizer/BioNTech e mais fácil de armazenar e transportar.

Este sinal verde vai permitir o lançamento de uma gigantesca campanha de vacinação neste país de 1,3 bilhão de habitantes, segundo mais afetado do mundo em número de casos (mais de 10,3 milhões) e o terceiro em luto, com cerca de 150.000 mortes.

A Índia quer imunizar até 300 milhões de pessoas até meados de 2021.

Já o Egito, o país mais populoso do mundo árabe com cerca de 100 milhões de habitantes, anunciou que autorizou o produto desenvolvido pelo laboratório chinês Sinopharm.

O mundo espera que a implantação de vacinas controle uma pandemia que já ceifou mais de 1,8 milhão de vidas e infectou 84,6 milhões de pessoas desde que surgiu na China há um ano.

Corrida pela vacina 
No entanto, este raio de esperança foi ofuscado por "uma insuficiência global" na capacidade de produção de vacinas, reconhecida neste sábado pela União Europeia, que se disse "pronta a ajudar" a aumentá-la.

“A situação vai melhorar pouco a pouco” à medida que as vacinas sejam distribuídas, disse a Comissária Europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

O início das campanhas de vacinação na Europa foi alvo de muitas críticas por sua lentidão, principalmente na França, ou pelo fato de profissionais de saúde não serem vacinados prioritariamente, como na Alemanha.

O novo presidente suíço, Guy Parmelin, assumiu uma meia culpa no domingo: "Entre julho e setembro, subestimamos a situação", disse ele ao jornal de domingo SonntagsBlick.

O programa de vacinação começou na UE no último fim de semana, após o sinal verde das autoridades de saúde para a vacina Pfizer / BioNTech.

Depois de encomendar 200 milhões de doses desta vacina em novembro, a UE exerceu uma opção de compra de 100 milhões adicionais para 2021.

Nos Estados Unidos, de longe o país mais atingido pela pandemia, com 20 milhões de casos e 350.000 mortes, a lenta imunização também atraiu críticas.

Apenas 4,2 milhões de americanos receberam a primeira dose da vacina até agora, muito longe da meta do governo de 20 milhões até o final de 2020.

Enquanto isso, o vírus continua se espalhando pelo país, que no sábado registrou um novo recorde diário de infecções, com mais de 277 mil casos.

Israel planeja vacinar 2 milhões de pessoas até o final de janeiro com a vacina Pfizer/BioNtech, o cronograma mais rápido do mundo, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no domingo.

Na Rússia, mais de 800.000 pessoas já receberam a vacina Sputnik V desenvolvida nacionalmente, de acordo com as autoridades.

Terceira onda no Japão
A América Latina e o Caribe registraram 510.720 mortes e mais de 15,6 milhões de casos desde o início da pandemia, de acordo com um balanço da AFP neste domingo às 8h de Brasília.

No Equador, a Corte Constitucional declarou inconstitucional o estado de exceção vigente no país desde o final de dezembro em decorrência do grave aumento das infecções.

O país andino, com 17,5 milhões de habitantes, tem mais de 214 mil casos de coronavírus e 14.059 mortes.

Por outro lado, embora os programas de vacinação devam avançar, muitos países aumentam suas restrições.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson alertou que restrições ainda mais severas poderiam ser impostas na Inglaterra, citando o fechamento de escolas e "o impacto da nova variante do vírus", mais contagiosa.

No momento, três quartos da população voltaram ao confinamento, especialmente Londres e o sudeste da Inglaterra, muito afetados pelo aumento das infecções.

Até agora, mais de um milhão de pessoas já receberam uma dose da vacina Pfizer/BioNTech no Reino Unido. A partir de segunda-feira, o produto AstraZeneca/Oxford começará a ser administrado.

Gibraltar vive desde sábado sob um novo confinamento de duas semanas, depois que os casos dobraram em um mês.

Acredita-se que esse aumento seja devido à nova variante do vírus.

Na Ásia, a pandemia também causa preocupação: com o Japão enfrentando uma terceira onda, o governador de Tóquio pediu ao governo que declarasse estado de emergência novamente, depois que a capital bateu um recorde de infecções esta semana.

E a Coreia do Sul estendeu suas restrições na área metropolitana de Seul até 17 de janeiro.

Já a Arábia Saudita anunciou no domingo a reabertura de suas fronteiras e a retomada dos voos internacionais após uma suspensão de duas semanas devido à nova variante que apareceu no Reino Unido e outros países.