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Marcinho confirma que atropelou casal no Recreio e diz que não prestou socorro por medo

Jogador disse que o casal atravessou fora da faixa de pedestres, garantiu que não estava embriagado e que dirigia em baixa velocidade

Marcinho (C) passa pelo carro no pátio da 42ª DP: ex-jogador do Botafogo alegou não ter prestado socorro por temer linchamento
Marcinho (C) passa pelo carro no pátio da 42ª DP: ex-jogador do Botafogo alegou não ter prestado socorro por temer linchamento -
Rio - O atleta Marcinho, ex-lateral do Botafogo, confirmou em depoimento à polícia que era ele quem conduzia o veículo que atropelou um casal na noite do último dia 30, na Avenida Lúcio Costa, no Recreio dos Bandeirantes. O professor Alexandre Silva de Lima, 44, morreu na hora. A esposa, Maria Cristina José, passou por cirurgia e está internada. O jogador disse que não prestou socorro porque estava "apavorado". O caso está na 42° DP (Recreio).

Em depoimento, Marcinho disse que o casal atravessou fora da faixa de pedestres, garantiu que não estava embriagado e que dirigia em baixa velocidade - a cerca de 60km/h, abaixo do limite de 70km/h da pista. Apesar da versão, o veículo, uma Mini Cooper preta, ficou destruído. O jogador disse que não socorreu as vítimas porque teve medo de linchamento.

"O Márcio é uma pessoa pública, sofre muitas ameaças da torcida do Botafogo. Tem lugares que ele não vai. Ele estava com vidro no olho, apavorado, começaram a se aglomerar", disse o advogado de defesa Gabriel Habib. "Foi um acidente. A praia tava cheia, estava escuro, ele chegou a desviar, mas não conseguiu evitar", completou.

"Ele falou que estava dirigindo em velocidade normal. Isso vai ser comprovado através de perícia. Ele alegou que um casal chegou de forma repentina. Mas vamos atrás de testemunhas, já identificadas, para comprovar a versão ou mudar o rumo dela", disse o delegado Alan Luxardo, titular da 42° DP (Recreio). "Houve fuga, não vejo como ser diferente. Por enquanto, lidamos como homicídio culposo. A gente vai analisar os fatos e as provas testemunhais".

Marcinho chegou à delegacia pontualmente às 11h, acompanhado do pai, Sérgio Lemos, que também foi jogador profissional nas décadas de 1970 e 1980 - defendeu o America-RJ. O veículo está no nome de uma empresa da qual Sérgio é sócio. Pai e filho prestaram depoimento durante três horas e saíram sem falar com a imprensa.

A Polícia Civil, agora, busca imagens de condomínios da região que possam ter gravado o momento do atropelamento. Marcinho atualmente está sem clube. O vínculo dele com o Botafogo se encerrou no último dia 31, dia seguinte ao acidente.