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Coronavac: Pazuello anuncia contrato para compra de 100 milhões de doses

Acordo prevê 46 milhões de doses até abril e 54 milhões até o fim do ano. Segundo o ministro da Saúde, na melhor hipótese, a vacinação contra covid-19 começa no dia 20 deste mês

Vacina de Oxford
Vacina de Oxford -
Brasília - O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou nesta quinta-feira, a assinatura de um contrato com o Instituto Butantan para o fornecimento de 100 milhões de doses da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Segundo o ministro, o acordo prevê 46 milhões de doses até abril e outras 54 milhões até o fim deste ano. Ele voltou a afirmar que a vacinação no país começa, no melhor cenário, no dia 20 deste mês.
"Estamos hoje, na sequência da aquisição de doses com Butantan, fechando contrato que vai a 100 milhões de doses. Máximo que ele (o instituto) consegue produzir. Já tínhamos um memorando assinado desde outubro, final de setembro, nos comprometendo com aquisição da totalidade produzida", disse Pazuello em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira.
Ele informou que toda a produção do Butantan será incorporada ao Plano Nacional de Imunização, para distribuição em todo o país. O ministro disse que o valor da dose custa pouco mais de US$ 10.
Eficácia da Coronavac
Negociações
O ministro disse que há meses a Saúde já negocia a compra e produção de vacinas. "Isso precisa ser dito, foi falado 50 vezes Que inoperância é essa que o Ministério da Saúde tem se há cinco meses nos posicionamos para isso?", reclamou ele.
Ele listou à imprensa as negociações feitas pelo governo por vacinas. A aposta do governo federal é a vacina da AstraZeneca/Oxford. A Fiocruz deve distribuir 210,4 milhões de doses a partir de fevereiro. E 2 milhões de unidades devem chegar neste mês, prontas, da índia.

Pazuello afirmou que a vacina de Oxford poderia ser aplicada apenas em uma dose, o que não é ainda indicado por agências reguladoras.

Segundo o general, a fabricação na Fiocruz e do Butantan servirá ao plano nacional de imunização, mas o excedente pode ir para a iniciativa privada e exportação.

Pazuello negou atraso para compra de seringas e agulhas. Disse que o pregão que conseguiu apenas 2,4% (7,9 milhões) das 331 milhões de unidades procuradas não "fracassou". Ele afirmou que a requisição de estoques da indústria nacional, feita após o pregão fracassado, já garante "estoque regulador" para começar a vacinação. Afirmou ainda que os Estados têm estoque para imunizar 60 milhões de pessoas.
Outras vacinas
Pazuello disse ainda que negocia a compra da vacina russa Sputnik V, que será fabricada pela farmacêutica brasileira União Química. Ele disse que a quantidade da compra está em discussão

Ele citou negociação com a Janssen, que, segundo ele, é o "melhor negócio" entre as vacinas. Isso porque o preço é baixo e a imunização exige apenas uma dose, segundo ele. Mas a farmacêutica ofereceu somente 3 milhões de doses ao País, com entrega que começaria no segundo trimestre.

O ministro declarou ainda que negocia a compra de 30 milhões de doses da vacina da Moderna, com entrega após outubro. Cada unidade custaria US$ 37. Ele voltou a criticar a proposta da Pfizer, que exige não responder pelos efeitos colaterais registrados no País.

Ele também reclamou da quantidade de doses ofertadas, que não seria suficiente para o Rio de Janeiro. "Não posso pegar 500 mil doses da Pfizer e soltar pelo Brasil em janeiro. Para dizer que começou a vacinação, como muitos acham que é solução", disse Pazuello.
Vacinação
O Ministério da Saúde trabalha com três possibilidades de data para o início da vacinação no Brasil, ressaltadas pelo ministro Eduardo Pazuello:
-Até 20 de janeiro: melhor hipótese, com o uso das vacinas do Instituto Butantan e as doses da vacina da Astrazeneca importadas da Índia;

-20 janeiro a 10 de fevereiro: hipótese intermediária, já com vacinas produzidas no Brasil pelo Butantan e pela Fiocruz;

-10 de fevereiro até início de março: hipóteses de vacinação mais tardia.
Seringas
A pasta afirmou que o país já tem disponíveis cerca de 80 milhões de seringas e agulhas nos estados e municípios. Dessa forma, o número é suficiente para iniciar a vacinação ainda em janeiro.

A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) garantiu reforço de 8 milhões de seringas e agulhas para final de janeiro até início de fevereiro - no total, serão 40 milhões de unidades. Outras 30 milhões já requisitadas pelo Ministério da Saúde à Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO).

Além disso, o pregão eletrônico feito pelo ministério, ocorrido na forma da lei, com todos as etapas e prazos previstos, proporcionará a aquisição de cerca de 7 milhões de unidades de seringas e agulhas. Também está previsto um novo pregão está em andamento para aquisição de mais produtos.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Vacina de Oxford AFP
Ministro da Saúde Eduardo Pazuello Luciano Belford/Agencia O Dia