Mais Lidas

'Rachadinha': Gilmar Mendes suspende julgamento sobre foro de Flávio Bolsonaro

Senador é investigado sobre suposto esquema de desvio de salários de funcionários da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a chamada 'rachadinha'

Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro -
Rio - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, neste sábado, o julgamento do foro do senador Flavio Bolsonaro no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio. Flavio é investigado sobre suposto esquema de desvio de salários de funcionários da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a chamada 'rachadinha'.
A decisão atende um pedido da defesa do senador, que acionou o STF na sexta-feira, após o TJRJ marcar para a próxima segunda-feira (25) o julgamento para decidir se a apuração deveria voltar à primeira instância ou continuar no âmbito do tribunal. Gilmar Mendes determinou que o Tribunal de Justiça não deve discutir a questão até que uma ação da defesa de Flávio que discute esse tema seja julgada pelo STF.
No início de novembro de 2020, o MPRJ denunciou Flávio, sua mulher, Queiroz e outros 14 ex-assessores do gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. A denúncia de 290 páginas aguarda análise do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). A intensificação das investigações no ano passado levou à prisão, em junho, do ex-motorista Fabrício Queiroz, escondido em Atibaia, em propriedade de Frederick Wassef, advogado da família do presidente Jair Bolsonaro.
Queiroz é apontado como operador do suposto esquema que teria sangrado os cofres da Assembleia Legislativa do Rio por mais de dez anos. Ficaram de fora da peça ajuizada pelos promotores pontos-chave da investigação. Um deles é o suposto uso de uma loja de chocolates na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para lavar dinheiro. O ex-deputado e um sócio, suspeitam os investigadores, praticariam fraudes em uma franquia da Kopenhagen. Usariam a contabilidade do negócio para "esquentar" dinheiro supostamente desviado dos salários de funcionários nomeados por Flávio. Eles não trabalhariam e repassariam parte dos vencimentos a Queiroz. A defesa de Flávio sempre negou as acusações.