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Vídeo: "Confio no Senhor e Ele me salvou", diz natividadense de 75 anos que venceu a Covid-19

Dotada de muita fé, Suely Coutinho que ficou quase 12 dias internada no CTI do HSJA, em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, perdeu dois irmãos e um sobrinho no ano passado para a doença; veja relato exclusivo emocionante

Dona Suely, que é natural do distrito de Querendo, em Natividade, no Noroeste Fluminense, teria contraído a doença quando foi passar o Natal na residência da enteada, em Rio das Ostras, e ao retornar apresentou uma
Dona Suely, que é natural do distrito de Querendo, em Natividade, no Noroeste Fluminense, teria contraído a doença quando foi passar o Natal na residência da enteada, em Rio das Ostras, e ao retornar apresentou uma "ligeira" coriza. -
NATIVIDADE - "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa." Com esse versículo bíblico, demonstrando total gratidão a Deus, a professora estadual aposentada, Suely Coutinho da Fonseca Carvalho, 75 anos, ressalta sua vitória na luta contra a Covid-19. A emoção tomou de amigos, vizinhos e parentes, neste domingo, 24, com seu retorno a casa, em Natividade, no Noroeste Fluminense, após uma batalha intensa contra o novo coronavírus. Dona Suely, ou tia Su, como é carinhosamente chamada, esteve internada desde o dia 13 de janeiro até o último dia 24, no Centro de Terapia Intensivo (CTI) do Hospital São José do Avaí (HSJA), no município vizinho de onde mora, Itaperuna.
De acordo com informações de familiares passadas a reportagem de O Dia, a idosa, que é natural do distrito de Querendo, foi passar o Natal na residência da enteada, em Rio das Ostras, e ao retornar apresentou uma "ligeira coriza"; os parentes de onde ela estava teriam tido tosse, gripe e febre. "Tia Sua tem 3 sobrinhas médicas, uma inclusive, perdeu o pai para a Covid-19. Já atentas, sugeriram que fizesse o teste e acompanhasse o nível da saturação, inclusive compraram um aparelho que ela mantinha em casa. Com o decorrer dos dias, o resultado foi positivo e já apresentou um pouco de febre. Uma das sobrinhas sugeriu que fizesse uma tomografia onde já apresentou uma lesão pulmonar preocupante, juntamente com uma saturação abaixo do normal, o que causou a internação", disse a sobrinha Jussara Fonseca. Continua após vídeo. Veja a chegada da aposentada a residência e um relato exclusivo feito ao O Dia
Quarto caso de Covid-19 na família durante a pandemia, sendo três mortes  -  A batalha contra a doença já tinha sido de tristeza para a família. Fidélis Coutinho da Fonseca, 76 anos, um dos irmãos de Suely, foi o primeiro que contraiu a doença, ele esteve internado em 25/04/2020, mas não resistiu as complicações acarretada pelo vírus SARS-CoV-2, e faleceu em 20/05, em um hospital no Rio de Janeiro. Já o sobrinho, Flávio da Fonseca Suzano, 49 anos, foi hospitalizado em Bom Jesus do Itabapoana, no dia 04 de setembro e faleceu cerca de 10 dias após. Ainda no ano passado, Thomas Roberto da Fonseca, 67 anos, outro irmão, foi internado também em Itaperuna, no HSJA, no dia 12/09 e acabou falecendo no dia 24/09.

O Dia conversou com a sobrinha, Jussara Fonseca, que deixou uma mensagem para a chamada de "rainha" pelos parentes e destacou a fé e força da tia a todo momento. No vídeo obtido pela equipe de reportagem, Suely, demonstrando total lucidez e ter vencido a batalha, pergunta por Jussara e diz que não recebeu ligação dela durante o período de internação. O gesto foi recebido com alegria e muito carinho por todos.
"A Tia Su embora algumas vezes se mostrasse agitada, como qualquer ser humano que havia perdido dois irmãos e um sobrinho para a Covid-19, também tinha o poder de nos tranquilizar. Por ser uma pessoa temente a Deus e muito religiosa, por várias vezes cantava hinos no grupo do Whatsapp da família e pedia sempre que tivéssemos fé e coragem para superar este momento, porque nos lembrava que Deus os chamou e hoje estão na Glória cantando louvores com Ele. Suas palavras acalentavam nossos corações e amenizavam um pouco a nossa dor", pontuou a sobrinha. Jussara acrescentou que "Somos na maioria evangélicos e acreditamos que estamos aqui nesta terra de passagem afim de conquistar a vida eterna, mas no momento em que esta passagem acontece, a dor é muito forte e nos sentimos muito abatidos para a eternidade. A dor é muito forte e às vezes nos sentimos abatidos, no entanto, tia Su, incansavelmente nos dava força e nos encorajava", disse.
Fé, força e garra -  Concluindo a mensagem, Jussara Fonseca, salienta que "Creio que esta força tão grande que tia Su tinha dentro de si foi a mesma que a manteve firme e confiante no hospital. As notícias vinham sempre acompanhadas de uma fala muito importante que indicava que a paciente se apresentava calma, tranquila e por algumas vezes disseram que ela fazia brincadeiras com a equipe do CTI em que se encontrava. Como ela sempre foi muito bem humorada e brincalhona, imaginávamos que de fato isto devia acontecer. Esta fala nos transmitia bastante tranquilidade. Enfim, a fé em Deus e a certeza que a vontade Dele iria se cumprir na vida dela, foi a força que fez diferença em sua recuperação e em primeiro lugar a permissão de Deus para que ela retornasse ao nosso meio".