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Memorial à Emily e Rebeca: Rosto das meninas foi grafitado na comunidade onde viviam, em Duque de Caxias

Homenagem foi feita em frente à rua em que as duas moravam. As garotas foram mortas no ano passado enquanto brincavam na calçada de casa. A família reclama da falta de resposta para o crime

Rostos de Emily e Rebeca em muro grafitado
Rostos de Emily e Rebeca em muro grafitado -
Rio - Moradores grafitaram um muro em homenagem Emily Victoria da Silva, de 4 anos, e Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, de 7, mortas a tiros na comunidade Barro Vermelho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 4 de dezembro de 2020. A família das meninas aproveitou a ocasião para cobrar resposta da polícia. Segundo eles, as investigações não avançam e nem a reconstituição do crime foi realizada.
O memorial foi feito em frente à rua onde as meninas moravam. A imagem foi inspirada em uma foto tirada em outubro de 2020, em uma festa de aniversário.
"Foi muito emocionante e gratificante esta homenagem. Olhar para esta imagem vai ser uma acalento. Esta imagem delas sorrindo retrata bem como elas eram, duas crianças alegres. Este grafite foi inspirado em uma foto de um momento feliz, lembro que neste dia elas mesmo se arrumaram, foi no dia do aniversário do irmão da Emily", conta Lídia da Silva Moreira Santos, de 51, tia de Emily e avó de Rebecca.
Para Lídia, esta homenagem serve também para que o caso não caia no esquecimento. A família das crianças quer uma resposta para o crime. 
"A gente não teve nenhuma resposta. O laudo da análise da bala encontrada deu inconclusivo e ficou por isso mesmo. Nem a reconstituição foi feita ainda. Falaram que vão fazer, mas não disseram quando. O caso está parado, temos tido paciência. Essa demora só acontece porque somos pobre e moradores de comunidade".
Uma análise feita na bala encontrada no corpo de Rebecca Beatriz Rodrigues, 15 dias após a morte da menina, dizia que o laudo é “inconclusivo”. De acordo com o documento, o fragmento é compatível a um fuzil 762, mas não é possível afirmar o calibre da munição.
Lídia pediu ainda que a justiça seja feita e os culpados sejam punidos.  "Apesar de tudo, acredito que a justiça ainda será feita, mesmo que demore. É isso que nós queremos, peço que a polícia tenha um carinho ao olhar para o caso da Emily e da Rebecca. Queremos que os responsáveis sejam punidos e assim poderemos colocar um ponto final nisso, ainda que nada disso vai nos trazer as duas de volta".
Questionada sobre o andamento do caso e sobre a reconstituição do crime, a Polícia Civil disse apenas que "as investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) para identificar a autoria do crime e esclarecer o caso".