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Sangue encontrado em casa de vizinho não é de meninos desaparecidos na Baixada

Perícia revelou que o material genético pertencia à companheira do homem, que foi torturado por traficantes da Comunidade do Castelar, em Belford Roxo

Polícia Civil já fez buscas em mais de 40 localidades atrás dos três meninos
Polícia Civil já fez buscas em mais de 40 localidades atrás dos três meninos -
Rio - O sangue encontrado em uma roupa na casa de um vizinho dos três meninos desaparecidos em Belford Roxo não era de nenhuma das crianças. O exame do Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense (IPPGF) revelou que o sangue pertencia à companheira do vizinho. O homem foi torturado por traficantes da região.
A Polícia Civil diz que as investigações seguem em andamento pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) para determinar o paradeiro dos meninos. Lucas Matheus da Silva, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10, e Fernando Henrique Soares, de 11 estão desaparecidas desde o dia 27 de dezembro.
Uma linha de investigação é de que traficantes da região tenham participação no desaparecimento. A suspeita foi cogitada após levantamento de informações e depois que criminosos torturaram um homem, indicando falsamente ser o responsável pelo desaparecimento dos meninos e imputando sua captura aos moradores.
Em operação da Polícia Civil no âmbito da investigação, na comunidade Castelar, agentes da DHBF e da Polícia Militar realizaram diligências para identificar integrantes da organização criminosa que atua na localidade.
Os traficantes, acrescenta a Polícia Civil, também incitaram a população a atear fogo em um ônibus como forma de desviar o foco das investigações. Na ocasião, três pessoas foram presas por policiais civis da 54ª DP (Belford Roxo).
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos se comprometeu nesta terça-feira (2) a prestar apoio às famílias. A ministra Damares Alves conversou com os parentes dos jovens por videoconferência durante reunião na sede da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH). Segundo ela, três secretários da pasta estão a caminho do Rio para acompanhar as investigações do caso.
A ministra também comentou sobre a possibilidade de oferecer moradia às famílias fora da comunidade do Castelar. Ao longo das investigações, os agentes levantaram a possibilidade de traficantes da região estarem envolvidos no crime.
Durante o encontro, o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Bruno Dauaire, firmou outros compromissos com os familiares: colocar um veículo da secretaria à disposição para que possam ter condições de comparecer às consultas com os psicólogos, acompanhar as investigações junto à Polícia Civil e estreitar relações com os parentes por meio da Superintendente de Pessoas Desaparecidas, Jovita Belfort.