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Gasolina foi a vilã no impacto da inflação no mês passado

O combustível teve destaque com 2,17%, além do óleo diesel com 2,60%

'Os preços praticados pela Petrobras têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo', afirmou a empresa
'Os preços praticados pela Petrobras têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo', afirmou a empresa -
A inflação teve alta de 0,25% em janeiro e desacelerou no mês passado, após quatro meses de aumento progressivo, conforme levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro dede Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta terça-feira. O resultado da queda foi puxado pela mudança de bandeira nas contas de energia elétrica, diminuição nos preços de passagens aéreas e pela menor pressão dos alimentos e bebidas. Esses itens aliviaram o aumento dos combustíveis que foram os grandes vilões do índice do mês passado. 
"Após a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, passou a vigorar em janeiro a bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,243 por cada 100 quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$ 1,343. O que resultou em uma deflação (-1,07%) no grupo Habitação, do qual esse item faz parte, mesmo com a alta em outros componentes, como o gás encanado (0,22%) e a taxa de água e esgoto (0,19%)”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Os combustíveis (2,13%) apresentaram variação superior à do mês passado (1,56%), com destaque para a gasolina (2,17%) e o óleo diesel (2,60%). No entanto, o custo dos Transportes (0,41%), grupo com o segundo maior peso no IPCA, também desacelerou frente ao mês anterior (1,36%), principalmente devido à queda no preço das passagens aéreas (-19,93%), cujos preços haviam subido 28,05% em dezembro.
Outro grupo que registrou deflação em janeiro foi o de Vestuário (-0,07%), após alta de 0,59% em dezembro, quando as vendas do setor se aquecem para as festas de final de ano.

Os demais sete grupos, no entanto, registraram elevação de preços, com destaque para Alimentação e bebidas (1,02%), que apresentou a maior variação e o maior impacto positivo (0,22 ponto percentual) no índice do mês. Mas a alta foi menos intensa que a de dezembro (1,74%).

“Os alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% no mês anterior, variaram 1,06% em janeiro. As frutas subiram menos (2,67% contra 6,73% em dezembro) e as carnes caíram de preço (-0,08% contra alta anterior de 3,58%), assim como o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%). Por outro lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%), que haviam recuado no mês anterior, aumentaram”, destaca Kislanov.

Já a alimentação fora do domicílio seguiu movimento inverso, passando de 0,77% em dezembro para 0,91% em janeiro, particularmente por conta da alta do lanche (1,83%).
No último mês de 2020, o IPCA acelerou para 1,35%. Em 12 meses, o IPCA registrou aumento de 4,56%. Nesse cenário, a inflação está acima da meta de inflação do governo federal para este ano, que é de 3,75%. 
INPC

E o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou, apresentando alta de 0,27% em janeiro, enquanto em dezembro havia registrado 1,46%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,53%. Em janeiro de 2020, a taxa foi de 0,19%.

Os produtos alimentícios subiram 1,01% em janeiro enquanto, no mês anterior, haviam registrado 1,86%. Já os não alimentícios apresentaram alta de 0,03%, após registrarem 1,33% em dezembro.

O cálculo do INPC se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Já o IPCA abrange famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos, independentemente da fonte.