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Cantor Belo é solto após prisão por fazer show no Complexo da Maré

Pagodeiro foi preso em cumprimento de mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça contra os responsáveis por promover a invasão e realização do evento no Ciep, no Complexo da Maré

Cantor Belo deixa presídio
Cantor Belo deixa presídio -
Rio - O cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo deixou o presídio às 11h30 desta quinta-feira, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Ele foi preso, na tarde de quarta, por policiais da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) por gerar aglomeração durante um show realizado no Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade, no dia 13 de fevereiro. O desembargador Milton Fernandes de Souza aceitou o pedido feito pela defesa do cantor durante o plantão Judiciário, nesta madrugada, e o artista conseguiu um habeas corpus e aguardava o alvará de soltura
A prisão do cantor foi em cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra os responsáveis por promover a invasão e realização do evento no Ciep 326 – Professor César Pernetta, na comunidade Parque União, no Complexo da Maré. Célio Caetano e Henrique Marques, sócios da Série Gold, e Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, acusado de chefiar o tráfico de drogas na Favela Parque da União, também tiveram suas prisões preventivas decretadas. 
"Como se tal situação, por si só, não fosse absurda e suficiente para uma resposta do estado, foi verificado junto à Seeduc (Secretaria de Estado de Educação) que o evento ocorreu sem qualquer autorização, configurando verdadeiro esbulho/invasão de um prédio público para a realização de um evento privado, contrário ao interesse público e que serviu para propagar ainda mais a doença viral", disse o delegado titular da DCOD, Gustavo de Mello de Castro.
Para o delegado, a realização do show fortalece o tráfico local. "Ao realizar o show, ele promove toda a engrenagem do narcotráfico no interior daquela comunidade. A gente tem relatos de pessoas armadas, de crianças consumindo drogas, então, quando ele aceita realizar o evento no interior da comunidade, dentro de uma escola invadida, com invasão até da sala de aula, ele faz com que aquela facção se fortaleça".
Depoimento do cantor
O cantor foi questionado se sabia quem era o chefe do tráfico de drogas onde o show foi realizado, e respondeu que não, alegando não saber que o local era uma 'área de risco'. Belo ainda contou que não sabe antecipadamente os locais onde serão suas apresentações. As informações sobre o depoimento são da Globonews.
O artista narrou o momento em que saiu de casa até o local da apresentação, disse que apenas entrou na van que o levaria até lá e desceu no Ciep, escola onde o show foi feito. Belo também negou qualquer envolvimento com traficantes e pessoas armadas. Ele também contou que não viu ninguém na plateia portando armas de fogo pois precisa ficar concentrado nos detalhes do show e no teleprompter (aparelho que transmite as letras da música), o que torna ainda mais difícil a identificação desses detalhes no meio da multidão. 
Em nota, o cantor e família pediram desculpas pelo acontecido e dizem estarem surpresos com o pedido de prisão preventiva. Segundo a nota de sua assessoria, o cantor estaria ciente da gravidade sanitária e teria pedido desculpas por ter se apresentado em um local com aglomeração. Ele segue argumentando que o show foi legalmente contratado pela produtora Série Gold e questionou o fato de outros eventos culturais em outra regiões da cidade não terem sido investigados.