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Com 50 denúncias diárias de violência à mulher, SG reforça acolhimento

Projeto piloto na cidade para atender mulheres vítimas de violência doméstica inclui instalação de unidade especializada e treinamento dos profissionais da rede municipal de Saúde

Juíza Juliana Cardoso: 'É muito comum, mas não é normal. As mulheres têm vergonha de mostrar as suas dores'
Juíza Juliana Cardoso: 'É muito comum, mas não é normal. As mulheres têm vergonha de mostrar as suas dores' -
SÃO GONÇALO - A Secretaria de Saúde assina um projeto piloto na cidade para atender mulheres vítimas de violência doméstica. O grupo de trabalho para a instalação do equipamento de ajuda, em uma das unidades de saúde do município, é formada pelo secretário municipal de Saúde, André Vargas, a juíza Juliana Cardoso, o procurador da Secretaria e subsecretário Jurídico Estevan Assis; a subsecretária de Atenção Primária, Maria Auxiliadora Rodrigues, e a presidente da Fundação Leão XIII, Andreia Baptista. Após o encontro, a juíza seguiu para palestrar para funcionários da rede de Saúde gonçalense sobre os índices e os tipos de violência doméstica e como acolher a vítima.
“São Gonçalo tem um número surpreendente de denúncias de violência doméstica, uma média de 50 por dia, sem contar com as subnotificações. Esse projeto é para acolher essas pessoas, que muitas vezes têm vergonha de procurar ajuda. Vamos disseminar a informação de como acolher essas mulheres entre os profissionais de saúde, para que possam identificar e encaminhar as vítimas. É uma vontade do governo do prefeito Capitão Nelson e faremos o que for, dentro do possível, para realizar”, disse André Vargas.
Em sua palestra, a juíza destacou a importância dos funcionários da saúde reconhecerem vítimas de violência doméstica e mostrou números de casos pelo mundo. “É muito comum, mas não é normal. As mulheres têm vergonha de mostrar as suas dores. Mas temos que ter liberdade em todos os sentidos, igualdade de direitos e tratamentos. Também temos que saber que há fatores que incrementam o risco, mas não há um perfil. Exemplo de nossa amiga juíza assassinada no fim do ano passado. Por isso, temos que conseguir enxergar esses casos, ter empatia e acolher”, explicou a magistrada, enumerando cinco tipos de violência doméstica: física, sexual, patrimonial, moral e psicológica.
Estevan Assis disse que esta foi a primeira de muitas outras palestras que virão para os profissionais da saúde. “É um projeto que levaremos à frente. Teremos novas palestras e a implantação na unidade de saúde do projeto para acolher mulheres vítimas, que ocorrerá em breve”, garantiu. A presidente da Fundação Leão XIII disponibilizou suas três unidades instaladas na cidade para qualquer tipo de parceria, inclusive na área dos direitos da mulher.