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Comprovadamente ineficaz, cloroquina doada por Trump encalha no Brasil

Brasil tem 2,5 milhões de doses sem uso; municípios tentam devolver o estoque encalhado

 Comprovadamente ineficaz, cloroquina doada por Trump ao Brasil encalha
Comprovadamente ineficaz, cloroquina doada por Trump ao Brasil encalha -
Rio - Doados por Trump ao Brasil, os comprimidos de cloroquina — remédio ineficaz no tratamento da Covid-19 — e grande aposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), estão encalhados no armazém do Ministério da Saúde, além de hospitais e municípios do país.

Segundo o Estadão, são cerca de 2,5 milhões de doses encalhadas. Embora já tenha recomendado o medicamento aos brasileiros como parte de um "tratamento precoce", o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, encurralado pelas investigações sobre a omissão da pasta na pandemia, tem dito que "jamais recomendou" o remédio.
Apesar disso, em resposta via Lei de Acesso à Informação, a pasta reconhece que o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina foram prioridades ao tratamento da Covid-19 a partir do segundo semestre de 2020.

Com alto estoque sem uso, diversos municípios e órgãos têm manifestado o interesse de devolver os comprimidos.

A prefeitura de Joinville, que tem cerca de 158 mil doses encalhadas, já manifestou vontade de devolver o estoque. O Grupo Hospitalar Conceição, de Porto Alegre (RS), vinculado ao Ministério da Saúde, que tem ainda cerca de 18,3 mil unidades paradas, também planeja devolver a droga ao governo federal, segundo o Estadão.

Uma das cidades onde a situação da pandemia é mais crítica, Manaus recebeu 15 mil comprimidos, dos quais usou apenas 3,52 mil unidades, “principalmente para casos da covid-19”, segundo a prefeitura da capital amazonense. A região também depende da droga para o tratamento da malária, para qual o medicamento é comprovadamente eficaz.