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Bolsonaro planeja pronunciamento para rebater críticas por recordes de morte na pandemia

Fala do presidente estava prevista para ser exibida na noite de quarta-feira (3), mas foi cancelada pela segunda vez

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV -
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) planeja fazer um novo pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão para rebater as críticas que o governo federal tem recebido em relação às medidas de combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2). A fala de Bolsonaro já foi cancelada duas vezes.

Nesta última semana, o Brasil tem batido sucessivos recordes de mortes diárias pela Covid-19. O maior número registrado em 24 horas desde o começo da pandemia foi na quarta-feira (3), quando as ocorrências foram 1.910.

Na manhã da última quinta-feira (4), um dia após dizer que não é mais hora para "frescura" e "mimimi", o presidente convocou integrantes da equipe ministerial para uma reunião no Palácio do Planalto.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que cumpre agenda de viagem, não participou do encontro. E o vice-presidente Hamilton Mourão, que não tem sido convidado para encontros da cúpula do governo, mais uma vez não foi chamado.

O objetivo da reunião, segundo assessores presidenciais, foi avaliar estratégias de reação à piora da pandemia. O receio de integrantes do governo é o de que a média diária de mortes aumente nas próximas semanas. O encontro também serviu para discutir dados e números que possam ser utilizados pelo presidente em um discurso em rede nacional, que ele avalia gravar no final de semana. 

Nas duas vezes que seus pronunciamentos foram cancelados, Bolsonaro foi convencido de que não era hora de fazer um embate com prefeitos e governadores, que adotaram medidas de restrição para tentar diminuir o número de internações pela Covid-19.

O aumento das críticas nos últimos dias em relação à postura do presidente, no entanto, pressionou o Palácio do Planalto a reagir com um discurso público.

Segundo assessores presidenciais, uma estrutura de gravação foi montada durante a manhã no Palácio da Alvorada. A ideia inicial era a de que ele gravasse nesta sexta-feira (5), quando seria exibido à noite em cadeia nacional. Após a reunião, no entanto, o presidente foi novamente convencido a deixar a gravação para o final de semana.