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Taxa de ocupação nos leitos de UTI da rede privada do Rio chega a 78%

Para o médico e diretor da Aherj, Graccho Alvim, o aumento de internações é preocupante, apesar dos hospitais privados estarem preparados para abrir novos leitos, caso necessário

Leitos de UTI
Leitos de UTI -
Rio - A Associação de Hospitais do Rio de Janeiro (Aherj) informou, nesta terça-feira, que a taxa de ocupação de leitos de UTI dedicados a atender pacientes com covid-19 na rede particular chega a 78%.
Já a situação da rede pública é um pouco pior. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o estado registrou até o momento 69,3% de taxa de ocupação de leitos de UTI da covid-19 na rede SUS e quase 49,6% em enfermaria. Na segunda-feira, a cidade do Rio estava com 93% de leitos de UTI da rede SUS ocupados e 77% de enfermaria, além de mais de mil hospitalizações pela doença. Já nesta terça, a taxa de ocupação dos leitos operacionais para covid-19 em enfermaria é de 80%, e de UTI 90%.
Para o médico e diretor da Aherj, Graccho Alvim, o aumento de internações é preocupante, apesar dos hospitais particulares estarem preparados para abrir novos leitos, caso necessário.
"A gente está com 78% de ocupação dos leitos covid de UTI na cidade do Rio. Nenhuma rede pediu para abrir novos leitos ainda. Ninguém ta fazendo isso porque ainda não é necessário. Mas a gente sabe que (nova onda) vai chegar porque ta acontecendo em vários estados do Brasil", explicou Graccho Alvim.
"Essa semana a gente teve um pequeno aumento de internações, mas nada que beire o colapso. O Rio de Janeiro não se resguardou, teve festa durante o carnaval inteiro, mas ainda não teve impacto. A gente sabe que vai acontecer, mas ainda não aconteceu", acrescentou o especialista.
Graccho Alvim afirma que se o cenário na capital fluminense é de alerta para os hospitais particulares, no restante do estado a rede suplementar de saúde está um pouco mais tranquila. "No estado, a situação é boa, com 53% de ocupação. Niterói, por exemplo a situação é excelente".
SUS sobrecarregado
Segundo as autoridades e especialistas, a cidade do Rio vive situação preocupante em relação à pandemia. Em comparação com 20 dias atrás, havia 880 pacientes internados com covid-19 nos hospitais da rede pública da capital. Atualmente, já são mais de mil pessoas internadas pela doença, um aumento de 13% em relação a fevereiro.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) converteu dez leitos de enfermaria em leitos de UTI no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte. "Se for necessário, a SMS irá abrir mais leitos dedicados a covid-19", disse a pasta.
Em entrevista ao RJTV, da Rede Globo, o secretário de Saúde do município do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse que o objetivo é manter a fila de espera por leito zerada.
"De fato, temos um aumento de pessoas internadas do final de semana para hoje. Isso preocupa a secretaria porque aumenta um pouco a nossa taxa de ocupação. Felizmente estamos conseguindo manter a fila zerada de pessoas esperando por um leito. Estamos na sexta semana sem ninguém esperando por um leito por mais de 24 horas".
As medidas restritivas implementadas essa semana pela Prefeitura do Rio de Janeiro visam reduzir a procura por um leito hospitalar, e, também, frear o aumento dos óbitos e casos graves de covid-19. Segundo Soranz, a pasta vai avaliar o número de atendimentos de Síndrome Respiratória Grave nas UPAs, a quantidade de solicitações para a Central de Regulação e o número de óbitos por covid-19 na cidade para verificar se será necessário apertar as medidas de restrição na cidade.