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Wilson Witzel acusa ex-secretário Edmar Santos de ter roubado R$ 18 milhões

Governador afastado do Rio ainda criticou a delação premiada feita pelo ex-secretário de Saúde do Rio

Wilson Witzel
Wilson Witzel -
Rio - O governador afastado Wilson Witzel (PSC) criticou, nesta quarta-feira, o trabalho do Ministério Público Federal (MPF) por ter aceitado a denúncia apresentada contra ele. O político ainda disse que o órgão aceitou apenas a delação premiada do ex-secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, que acusou de ter roubado R$ 18 milhões. 
"Quando ele [Edmar Santos] se viu na situação de ser surpreendido com mais de R$ 8 milhões em espécie, a única saída que teve — é um homem inteligente, médico, doutor—, foi construir uma narrativa que colocasse a responsabilidade sobre mim. (...) O que o livrou da cadeia foi fazer uma confissão dizendo todos os absurdos que falou em relação a mim", afirmou o ex-governador ao Portal UOL. Witzel não apresentou provas da acusação contra Edmar Santos. 
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) também envolve a advogada Helena Witzel, esposa do governador afastado. Wilson Witzel negou as acusações feitas em delação premiada pelo ex-secretário, como a de ser líder de uma organização criminosa que desviava dinheiro para o combate à covid-19. 
"Minha esposa não advogou para nenhuma empresa com contrato com o estado, nunca recebi nenhum valor ilícito para dar qualquer decisão e estou sendo acusado única e exclusivamente pela palavra do delator, que foi surpreendido com mais de RS 8 milhões. O empresário Edson Torres diz que pagou R$ 18 milhões, ele só devolveu R$ 8 milhões, pode voltar para cadeia por conta disso", disse ao Portal UOL. 
O governador afastado também negou as comparações com o ex-governador Sérgio Cabral e a esposa, Adriana Ancelmo. Cabral foi preso em dezembro de 2016, acusado de ter desviado dinheiro do estado. "A Adriana Ancelmo advogava para a Cedae, recebeu milhões de reais por advogar para a Cedae. A Helena é advogada, mas não advogou para nenhuma empresa que tenha vínculo com o estado", se defendeu. 
Delação premiada
O ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, falou, em uma delação premiada, que existia um esquema de corrupção na saúde envolvendo o governador afastado Wilson Witzel (PSC). De acordo com informações do Portal G1, da Globo, o ex-secretário explica como a propina seria arrecadada no esquema de corrupção.
Ele chegou a afirmar que o grupo decidiu cobrar vantagens indevidas de organizações sociais e de empresas que tinham pagamentos atrasados a receber do estado, os chamados "restos a pagar". Disse ainda que o dinheiro ia para um caixa único da propina, e era dividido entre ele, o governador Wilson Witzel, Pastor Everaldo, o empresário Edson Torres e Victor Barroso. Edson e Victor eram operadores financeiros de Pastor Everaldo e a função de Victor era recolher a propina das empresas.