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Cariocas voltam a reclamar de gosto e cheiro da água da Cedae

Em nota, a Cedae informou que, o problema ainda é a geosmina. No último ano, a Cedae gastou cerca de R$1 milhão em carvão ativado na filtragem da água

Moradores de diversos pontos do Rio relataram mau cheiro e gosto de terra na água
Moradores de diversos pontos do Rio relataram mau cheiro e gosto de terra na água -
Rio - No início de 2020 os cariocas enfrentavam o os primeiros dias da pandemia com gosto de geosmina. A água da Cedae que chegava às casas em diversos pontos do Rio saía da torneira com cheiro e gosto de terra e muitas vezes com uma cor amarronzada.

Em Campo Grande, na Zona Oeste, diversos moradores relatam o problema. Hilana Viana, estudante, de 24 anos disse que notou diferença no gosto depois de passar duas semanas fora do Estado. Segundo ela, a ingestão da água causou mal estar: “Tive dor de barriga quando voltei pro Rio e bebi a água da Cedae. Já me acostumei, mas ainda sinto um pouco do gosto de terra”, conta.

Na Ilha do Governador, a compra de água mineral já virou costume na casa da estudante Ana Mello: “Meu pai compra água mineral aqui para casa há dois anos. Eu tenho sentido o gosto da água diferente quando escovo os dentes. Principalmente cheiro de terra molhada”, conta.

Em nota, a Cedae informou que, o problema ainda é a geosmina. No último ano, a Cedae gastou cerca de R$1 milhão ao inserir carvão ativado na filtragem da água que é distribuída para as casas.

A companhia destacou que mantém todas as medidas de prevenção à geosmina/MIB, apesar de ainda registrar sua presença na água. Mesmo em baixa concentração, a substância pode alterar gosto e cheiro, apesar de não representar risco à saúde dos consumidores.

Segundo a Cedae, para combater a geosmina/MIB, produzida por algas que aumentam principalmente devido ao calor, água parada e nutrientes, a Companhia irá instalar nesta semana, de forma emergencial, um novo sistema de bombeamento de água do Rio Guandu para a Lagoa Grande. A bomba será implantada antes da captação de água da estação de tratamento e vai renovar a água da lagoa.

“Esta ação, combinada à aplicação de carvão ativado na entrada de água na estação, deverá conter a situação”, disse a companhia.

Ainda de acordo com a Cedae, a maneira de solucionar o problema definitivamente, é a obra de proteção da tomada de água da Estação Guandu que ainda está em processo de licitação. A intervenção prevê a construção de um dique para impedir que as águas dos rios Ipiranga, Queimados e Poços se misturem às do Rio Guandu antes do ponto de captação de água. A obra, investimento de aproximadamente R$ 132 milhões, tem duração prevista de 24 meses.