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Jovem de 23 anos é vacinada nos Estados Unidos antes do pai, de 62, que mora no Brasil

Ariela Momesso recebeu a primeira dose do imunizante em março, mas vive a intranquilidade por saber que o pai, que é do grupo de risco, ainda está suscetível à doença

Ariela se mudou para os Estados Unidos após o casamento, em 2017
Ariela se mudou para os Estados Unidos após o casamento, em 2017 -
Rio - Uma brasileira de 23 anos foi vacinada, nos Estados Unidos, antes do pai, de 62, que mora no Brasil. Apesar da tranquilidade de estar protegida da doença, Ariela Momesso Espelho Prado relatou o receio que ainda sente pelo pai, Antônio Carlos Mayoral Momesso, que é do grupo de risco por ter hipertensão e já ter sofrido dois AVC's. "Eu estava super ansiosa para receber. Fui a primeira da família a ser vacinada. É triste porque meu pai ainda corre risco", desabafou. As informações são do Portal G1. 
Ariela mora com o marido, Irineu Neto, também de 23 anos, e suas duas filhas no Condado de Utah, na cidade de Springville. Ela recebeu a primeira dose da vacina da Pfizer no dia 28 de março e seu parceiro recebeu o imunizante no dia seguinte. A jovem contou que se mudou em 2017, após o casamento, para morar com Irineu, que trabalha e estuda nos Estados Unidos. 
"Eu sou uma pessoa muito religiosa, então, orei muito para ter essa vacina. Ter essa vacina foi um milagre. Eu estava super ansiosa para receber. Fui a primeira da família a ser vacinada. É triste porque meu pai ainda corre risco", disse. 
Receber a vacina também trouxe certo alívio para Ariela, que viveu dias difíceis quando o marido testou positivo para covid-19 em setembro de 2020. "Meu marido ficava arrasado. Minha filhinha chamava ele, era uma tristeza ficar longe. Foi muito difícil, eu não tenho minha família aqui, e mesmo se tivesse, eu não poderia ter alguém em casa", relatou. 
Além da dificuldade com a doença, a jovem precisa lidar com a distância e a saudade que sente da família, com a qual ela não encontra desde janeiro de 2020. "Nós íamos, neste ano, passar um mês ou dois meses com a família, mas cancelamos. Toda semana a gente conversa. Minha filha nasceu e ninguém conheceu ela ainda. Todo mundo até chora no telefone", contou. 
No Brasil, o pai Antônio Carlos continua aguardando sua vez de se vacinar. "A gente fica com aquele medo de sair, de trabalhar. Sai com medo e volta com medo. Voltei a trabalhar por necessidade mesmo, fui obrigado a voltar porque não tem como a gente se manter. Eu faço a minha parte, mas tem bastante gente que não faz. Isso o que dói na gente. A maioria é jovem que sai e aproveita para fazer festinha", concluiu.