Mais Lidas

Mãe de Henry diz à prima que vômitos e medo constante passaram a ser rotina do menino

Em troca de mensagens, mãe de Henry Borel relata como filho estava abalado psicologicamente, mas omite agressões

Monique conversa com prima sobre medo constante que Henry sentia, mas omite agressões
Monique conversa com prima sobre medo constante que Henry sentia, mas omite agressões -
Rio - Mensagens trocadas entre Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, com sua prima, pediatra, mostram o quanto Henry Borel, 4, estava sofrendo nas mãos do casal. Vômitos e medo constante passaram a fazer parte da rotina da criança. No entanto, Monique omite, mais uma vez, as agressões praticadas ao menino por Jairo Souza, o vereador Jairinho.
Seis dias após a babá relatar que Henry estava mancando, e de ter dito que os ferimentos foram causados por agressões do padrasto, Monique envia uma mensagem à prima. As informações foram veiculadas nesta segunda-feira, pelo jornal Extra, e confirmadas pelo DIA, que teve acesso às mensagens originais.
Às 16h53 do dia 18 de fevereiro, Monique escreveu para a pediatra: "Henry está com medo excessivo de tudo, tem um medo intenso de perder os avós, está tendo um sofrimento significativo e prejuízos importantes nas relações sociais, influenciando no rendimento escolar e na dinâmica familiar. Disse até que queria que eu fosse pro céu pra morar com meus pais, em Bangu".
Em seguida, relata o terror da criança com a presença de Jairinho. "(Henry) diz que está com sono, que quer dormir e não olha para ele. Nunca dormiu sozinho, mas antes ficava no quarto esperando irmos ao banheiro ou levar um lanche, agora se recusa a ficar sozinho, não tem apetite, está sempre prostrado, olhando para baixo, noites inquietas com muitos pesadelos e acordando o tempo inteiro. Chora o dia todo".
Os sintomas da criança são parecidos com os relatados pela filha de N.O.M, ex-amante de Jairinho. Em depoimento à polícia, a filha relatou que era agredida por Jairinho, e que queria ficar somente com a avó. As agressões ocorreram em diversos momentos e começaram quando a criança tinha três anos de idade. Ela lembra de ter sido quase afogada pelo namorado da mãe.
Na conversa, Monique não fala que Henry relatou que Jairinho o bateu, ou que, por isso, teve de ir ao hospital buscar atendimento médico para o joelho esquerdo da criança, que mancava ao andar. Fala que procurou uma psicóloga. Em depoimento, ela disse que o atendimento com a psicóloga foi para ajudar Henry no processo de transição de núcleo familiar, já que a separação com o genitor do menino era recente.
A prima, aconselha: "Acho que agora no início poderia ser ( consulta) duas vezes por semana. Neuro e psiquiatra, não. Infelizmente isso é comum".
Dezoito dias depois, a criança foi morta, com mais de 20 lesões, dentro do apartamento. Monique e Jairinho estão presos, suspeitos de assassinato de Henry Borel. Eles negam e insistem na versão de acidente doméstico.