Mais Lidas

Secretaria Municipal de Cidadania do Rio entra com notícia-crime contra Latino por intolerância religiosa

Secretário Átila Nunes ressalta que o artista estimula preconceito às religiões de matrizes africana ao associar morte de macaco à rituais de centros espíritas

Latino disse que a morte de seu macaco aconteceu por conta de um trabalho espiritual feito contra ele
Latino disse que a morte de seu macaco aconteceu por conta de um trabalho espiritual feito contra ele -
A Secretaria Municipal de Cidadania apresentou uma denúncia-crime à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância – DECRADI- contra o cantor Latino. Durante entrevista a um podcast, realizada no dia 14 de abril, o artista acusou adeptos de religiões de matrizes africanas pela morte de seu macaco de estimação. Um trecho da declaração do artista foi reproduzida no ofício.

“Nessa parada de centro espírita, nesse bagulho de macumba, os caras fazem trabalhos pesados pra infernizar a vida do outro. E aí fizeram um trabalho, sei lá, de ebó… Sei lá que p* que chama essa m* de ‘macumbaria’”, disse Latino.

Para Átila Nunes, secretário municipal de Cidadania do Rio de Janeiro, a declaração do artista é uma clara violação à liberdade religiosa. ''É lamentável que uma pessoa pública use o seu espaço na mídia para propagar uma mensagem preconceituosa e que contribui para alimentar a intolerância contra as religiões de matriz africana. Não podemos ignorar o que aconteceu ou normalizar uma ofensa à crença do próximo”, afirma.

Intolerância religiosa é crime. O código penal estabelece, no artigo 208, aplicação de multa e detenção de um mês a um ano para quem escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa. O caso já está sendo investigado pela polícia.