O consultor afirmou ainda que o Ministério da Saúde está confundido os gestores municipais, principalmente com a mudança de orientação em relação a reservar ou não a segunda dose para quem já recebeu a primeira. "49% afirmaram que ainda estão guardando a dose e 49% disseram que estavam aplicando todo o estoque que chega", alertou.
Sobre a falta de vacina ser algo de alguma região específica, Eduardo alertou que se trata de um problema no país todo. "É uma realidade geral. Nós entrevistamos prefeitos de todos os estados e regiões e se constatou em todos. Não é uma coisa sazonal ou regional. É uma coisa que está nas grandes, pequenas e médias cidades", diz o consultor.
Se não bastasse, a tendência é que ocorra uma piora no quadro. Isso porque, no sábado, o Ministério da Saúde atualizou o cronograma de recebimento de vacinas e anunciou que 159,45 milhões de doses devem chegar ao Brasil no primeiro semestre de 2021.
No apontamento anterior, divulgado no dia 19 de março, o Ministério previa receber 205,89 milhões de doses no primeiro semestre. Ao todo, o número representa 46,44 milhões de vacinas a menos do que o previsto, uma redução de 22,5%.
Segundo o Secretário-Executivo Adjunto do Ministério da Saúde, Rodrigo Otávio Moreira da Cruz, houve essa redução porque a pasta não conta mais com a entrega de doses da Covaxin, que ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, segundo ele, o consórcio Covax Facility também não entregou a quantidade de doses previstas.