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Into RJ cria apartamento para pacientes com limitações funcionais

Local ajuda pessoas que sofreram amputações, paralisias e outras lesões

Espaço simula uma casa de verdade para que pacientes possam recuperar a autonomia por meio de adaptações nas tarefas que fazem no dia a dia
Espaço simula uma casa de verdade para que pacientes possam recuperar a autonomia por meio de adaptações nas tarefas que fazem no dia a dia -
Rio - Para ajudar na reabilitação de pacientes com limitações funcionais – amputações, paralisias e outras lesões, como fraturas no ombro –, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, montou o laboratório de atividades da vida diária, um apartamento funcional onde os pacientes reaprendem tarefas simples do cotidiano, como lavar a louça, calçar os sapatos e estender a roupa no varal. 
"Eu achei que nunca mais fosse conseguir arrumar a casa, fazer comida e hoje eu consigo fazer tudo isso e até trabalhar. Aqui na terapia ocupacional eu percebi que era possível me adaptar a uma nova rotina e reaprender as atividades que eu fazia antes", comemora Regina Célia Freitas Soares, de 53 anos.
No final de 2014, Regina sofreu um acidente de moto a caminho do trabalho. As sequelas foram graves e ela perdeu a maior parte do movimento do braço esquerdo. Em tratamento há seis anos na terapia ocupacional, Regina recupera, aos poucos, sua autonomia.
“Apesar de ela ter uma sequela definitiva e uma evolução mais lenta por conta da gravidade dessa sequela, o nosso objetivo sempre foi tentar resgatar a sua autoestima e mostrá-la que é possível realizar as atividades que ela fazia no dia a dia de maneira adequada, com algumas adaptações”, explica a terapeuta ocupacional Martha Menezes Lucas, que acompanha Regina desde o início do tratamento.
Inaugurado em 2015, o espaço terapêutico é o único do Sistema Único de Saúde (SUS), liderado por terapeutas ocupacionais, voltado para pacientes ortopédicos.
O apartamento simula uma casa de verdade: foram recriados uma cozinha, um quarto, um banheiro e uma área de serviço. Todos os ambientes foram adaptados e mobiliados para que os pacientes possam treinar a maneira adequada de realizar as atividades com independência.
Com criatividade, e adaptações simples, os terapeutas ocupacionais apresentam soluções possíveis de serem reproduzidas em casa. Um exemplo é a adaptação de uma tábua com dois pregos que facilita o corte de alimentos com apenas uma mão. Esse item ajuda os pacientes a retomarem suas atividades ou a criarem uma rotina adaptada à nova realidade.
A terapeuta ocupacional Martha Menezes Lucas conta que o tratamento depende das necessidades e dos objetivos de cada paciente.
“Primeiro avaliamos, ouvimos e entendemos o que o paciente precisa e pode fazer. Identificamos que tipo de atividade do dia a dia é importante para ele e, a partir disso, buscamos uma solução para adaptar seus movimentos e restabelecer sua autonomia”, ressalta Martha.