Henry ficou pelo menos 46 minutos no quarto com Jairinho
Segundo conversa da mãe com a babá, o menino saiu do cômodo mancando
Por BRUNA FANTTI
Publicado em 11/04/2021 00:00:00 Atualizado em 11/04/2021 10:54:44Na tarde do dia 12 de fevereiro, Henry Borel, de 4 anos, foi chamado no quarto pelo vereador Jairo de Souza, o Dr. Jairinho, para receber um presente. Após fechar a porta, a criança recebeu uma banda, chutes e socos. A Polícia Civil não sabe quanto tempo durou essa sessão de espancamento, mas os momentos que se seguiram foram fundamentais para o pedido de prisão da mãe da criança, Monique Medeiros, e do padrasto, na quinta-feira.
O MEIA HORA teve acesso ao laudo original do celular de Monique, que apagou as mensagens daquele dia, mas chegou a tirar um print da conversa (recuperada pela polícia na sua galeria de fotos). No documento é possível contabilizar os minutos de pânico da criança.
Foram 46 minutos em que Henry, após sair mancando do quarto, só fez um pedido: ficar aninhado no colo da babá. A cuidadora, por sua vez, usou o WhatsApp para relatar o que estava ocorrendo à mãe. Enquanto o menino, para proteger a mãe, ficava em silêncio, já que fora coagido pelo padrasto, Monique permanecia apática. Não correu para casa, não denunciou, não afastou Henry de Jairinho. Sua negligência resultou em cumplicidade no assassinato do filho, ocorrido na madrugada do dia 8 de março.
Agora, a polícia espera saber o motivo da babá ter mentido em um primeiro depoimento. Seu celular já está sendo analisado por peritos. Na sexta-feira, ela foi à delegacia. Mas, em prantos, após ver jornalistas, deu meia-volta no carro e pediu para remarcar o depoimento para esta semana.
"Tivemos a impressão dela ter um alto padrão de vida para o salário de uma babá. Mas isso está sendo apurado, talvez seja uma motivo para ela ter mentido", disse o promotor Marcos Kac.