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No lugar da recuperação, abusos

Jovens infratoras denunciam agentes por estupro dentro de unidade do Degase na Ilha do Governador

Duas das vítimas engravidaram e uma perdeu o bebê. Elas seriam transferidas
Duas das vítimas engravidaram e uma perdeu o bebê. Elas seriam transferidas -

A juíza Lúcia Mothe Glioche, titular da Vara de Execuções de Medidas Socioeducativas do Rio, determinou o afastamento de cinco agentes e do diretor da unidade socioeducativa feminina Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, na Ilha do Governador. Todos são suspeitos de abusos sexuais contra adolescentes internas. Duas ficaram grávidas na unidade e uma sofreu aborto espontâneo.

O governador Cláudio Castro determinou a exoneração do diretor do Degase e a investigação do caso pela Polícia Civil. O novo diretor foi escolhido ontem: é o tenente-coronel PM Marcelo Carmo.

Os agentes Edilson Araújo e Alisson Barreto são apontados como autores dos abusos. Em depoimento, as menores disseram que os agentes Lucídio Martins e Thais Bernardes, além do diretor Leonardo Lúcio, sabiam dos crimes.

Meninas contam que fizeram sexo com os agentes sem camisinha. Uma de 13 anos disse foi obrigada a ter relações com um deles para poder ligar para a mãe. Uma adolescente revelou que os agentes ofertavam a elas celulares, balas e lanches em troca de sexo.

A juíza pediu a transferência das denunciantes para o Centro de Socioeducação Gelso de Carvalho Amaral, também na Ilha, o que deve acontecer hoje. Ela marcou para o próximo dia 15 uma audiência virtual para ouvir os denunciados.