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Ex-secretário de saúde do Rio, Gilson Cantarino morre aos 71 anos

Formado em medicina pela UFF, ele foi foi pioneiro na implantação no Brasil do Modelo Médico de Família. Ele deixa esposa, filhos e netos

Por Meia Hora

Publicado em 22/10/2021 15:38:00 Atualizado em 22/10/2021 18:55:57
Cantarino foi secretário de Saúde de Niterói entre os anos 1989 a 1999
Rio - O médico e ex-secretário de Estado de Saúde, Gilson Cantarino O’Dwyer, morreu no final desta quinta-feira (21), aos 71 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi revelada pela família do médico. O velório de Cantarino acontece nesta sexta-feira (22), a partir das 15h, no Cemitério do Maruí, no Barreto, em Niterói, na Região Metropolitana. O sepultamento ocorre às 17h. O ex-secretário deixa esposa, filhos e netos.

Nas redes sociais, os filhos do médico, Fernanda e Gabriel Cantarino, publicaram um texto de despedida e homenagem ao pai, a quem chamaram de herói e exemplo de honra, dignidade e amor ao próximo. "Após 60 dias de muita luta, no final do dia de ontem, meu pai nos deixou para o seu merecido descanso na casa de Deus. (...) Um homem que dedicou sua vida ao bem comum e à família. Um pai, irmão, filho, marido e avô gigantescamente amado. Será imortal em nossas lembranças e em nossos corações", escreveram.


Gilson Cantarino O’Dwyer nasceu em Niterói e se formou em medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1975. Médico concursado do Ministério da Saúde e da Fundação Municipal de Saúde de Niterói, assumiu em 1984 a Secretaria Executiva do Projeto Niterói, pioneiro nas Ações Integradas de Saúde e responsável pela formulação de um novo modelo de assistência à saúde da população.

Cantarino foi secretário de Saúde de Niterói entre os anos 1989 a 1999, onde foi pioneiro na implantação no Brasil do Modelo Médico de Família. Em 1999 assumiu o cargo de secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, na gestão da então governadora Rosinha Garotinho, onde permaneceu até 2002. O médico ainda presidiu os Conselhos Estadual e Municipal de Secretários Municipais de Saúde, recebeu diversas comendas, destacando-se a do Mérito Médico da República Federativa do Brasil, a mais alta condecoração da saúde no País.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, decretou luto oficial de três dias na cidade, a partir desta sexta-feira. Grael também anunciou que o primeiro hospital do Rio de Janeiro exclusivo para atendimento à covid-19, o Hospital Municipal Oceânico, será nomeado Hospital Dr. Gilson Cantarino, em homenagem ao médico.

"Sempre tive e terei muito respeito ao Dr. Gilson, pela sua história de contribuições para as políticas públicas de saúde e por todo legado que construiu ao longo da carreira. Além de acompanhar com admiração a sua trajetória, tive a sorte de trabalhar diretamente com o Gilson quando fui presidente da FEEMA e ele secretário estadual de Saúde. Fizemos boas coisas em vários temas, em particular, na agenda do enfrentamento aos agrotóxicos, quando presidimos juntos o Conselho Estadual de Agrotóxicos. Desejo que descanse em paz. Toda a nossa solidariedade e condolências à família", lamentou o prefeito.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) disse que "lamenta o falecimento do ex-secretário" e que "presta condolências à família, desejando-lhes conforto e coragem neste difícil momento." O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) publicou uma nota de pesar pela morte de Cantarino. O médico presidiu o Conass entre 2003 e 2005, e era integrante da assessoria técnica e membro permanente do Conselho Consultivo.

"O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) manifesta seu imenso pesar pelo falecimento de Gilson Cantarino O´Dwyer (...) Grande sanitarista, o Dr. Gilson deixa um legado de luta e defesa da saúde pública e compromisso com o Sistema Único de Saúde por meio de seu trabalho na gestão do SUS, nos âmbitos municipal e estadual. No Conass, fica a alegria de todos que conviveram e trabalharam com o Dr. Gilson, uma pessoa querida, gentil e amável que deixa boas lembranças e muita saudade", diz a nota.
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