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Confira como se proteger do aumento da taxa de juros no cartão de crédito e cheque especial

Alta da taxa Selic, que já chega a 7,75%, faz com que bancos e administradoras subam ainda mais os juros que cobram dos clientes no cartão de crédito, no cheque especial e nos empréstimos

Aumento da Selic faz com que os juros cobrados no cartão de crédito, cheque especial e empréstimos subam. Renegociar dívidas é a saída, aponta educador financeiro
Aumento da Selic faz com que os juros cobrados no cartão de crédito, cheque especial e empréstimos subam. Renegociar dívidas é a saída, aponta educador financeiro -
Rio - A alta no preço dos alimentos, da energia elétrica, do combustível e do botijão de gás não são os únicos aumentos que preocupam os brasileiros. A elevação pela quinta vez consecutiva da taxa Selic, que em outubro subiu de 6,25% para 7,75%, também afeta o bolso das famílias, principalmente as que já estão endividadas (cerca de 69,7%). Isso porque o aumento da Selic, índice que serve de referência para outras taxas da economia brasileira, faz com que as instituições financeiras pesem ainda mais a mão nos valores dos juros cobrados no cartão de crédito, no cheque especial e nos empréstimos. 
O especialista em finanças e planejador financeiro, Marlon Glaciano, explica que o que faz a Selic aumentar neste cenário é a tentativa do governo de conter a inflação, que já acumula alta de 10,67% nos últimos 12 meses. Ainda segundo Glaciano, se o consumidor está pagando juros no cartão de crédito, que podem chegar até 340% ao ano, é recomendado que ele opte por um empréstimo consignado, que possui juros mais baixos, para quitar o débito.
"Os juros do cartão são bem elevados. Quando utilizamos o cartão, na verdade, fazemos um empréstimo com a operadora e, por isso, devemos evitar tanto o atraso como o parcelamento. O ideal nesse caso será entender o que está errado no fluxo financeiro e tomar crédito em outra instituição, tendo assim, uma taxa de juros menor. A linha de empréstimo consignado é uma boa opção por ter juros bem menores", diz.
Já com relação ao cheque especial ou aos juros por atraso no pagamento de bens financiados, como carros e imóveis, Glaciano recomenda que o consumidor renegocie o valor devido diretamente com o credor. "O cheque especial deve ser negociado diretamente no banco e como o mesmo também tem uma taxa de juros elevada, o ideal será trocar essa dívida por outra como um empréstimo consignado. Os financiamentos seguirão a mesma linha de raciocínio, cujo o consumidor deve procurar a empresa para uma renegociação".
Por fim, Glaciano dá uma dica de ouro na hora de se livrar das dívidas. "Aproveite as campanhas de redução de endividamento realizadas pelo governo nos feirões, pois elas são uma ótima oportunidade de quitar débitos e ficar com o nome limpo novamente". 
Taxa de juros devem continuar subindo
Para os próximos meses, o diretor de estudos e pesquisas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, acredita que a tendência é de que as taxas de juros continuem subindo. Entre os motivos que impulsionariam esta alta estão a piora do cenário econômico, a elevação da inadimplência e o aumento da inflação. 
"Essa provável inadimplência pode ocorrer por causa do fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas), desemprego elevado, fim do pagamento dos auxílios emergenciais, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito", opina.