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Pai da Alma: maldade sem limites

Amigos de infância, chefes do TCP levaram tráfico para Santa Cruz da Serra

Pai da Alma foi preso em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, para onde levou drogas com ajuda de TH
Pai da Alma foi preso em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, para onde levou drogas com ajuda de TH -

O elo entre o super-herói do mal da Vila do João, Thiago Folly, o TH, e André Luiz Affonso, o Pai da Alma, começou ainda na infância: os dois foram criados no Complexo da Maré. Já adultos, eles viraram chefes do tráfico do Terceiro Comando Puro: TH na Maré, onde promove bailes funks com fantasias de personagens infantis; e Pai no Complexo da Alma, em São Gonçalo.

A amizade vai para além da parceria. Isso porque TH empresta homens e armas para Pai expandir seus territórios. Em janeiro do ano passado, homens da Vila do João foram até o Complexo da Alma tentar expulsar integrantes do Comando Vermelho.

Agora, a polícia já sabe que a expansão também ocorria para a Baixada Fluminense. O local é o bairro Santa Cruz da Serra, localizado aos pés da serra de Petrópolis, em Duque de Caxias.

Foi lá que Pai da Alma foi preso na sexta-feira, por agentes da 120ªDP (Silva Jardim). Ele estava na casa da esposa, visitando os filhos, desarmado.

"Aqui era um lugar muito tranquilo até o tráfico e a milícia começarem a disputar espaço. Passamos a ter homicídios e roubos ligados à disputa entre essas quadrilhas. Drogas passaram a ser vendidas na praça principal e todos sabem que o chefe do tráfico é o Pai", disse um comerciante, em anonimato.

TH continua foragido e promovendo bailes funks com personagens da Disney que varam a madrugada nos finais de semana.

Sequestrada com filha

Além dos homicídios, a Justiça expediu outros cinco mandados de prisão para Pai da Alma pela prática dos crimes de tráfico de drogas, latrocínio, ocultação de cadáver, sequestro e roubo a transeuntes.
 
Em um dos sequestros, ocorrido no ano passado, em São Gonçalo, ele manteve uma mãe com a filha de 14 anos sob a mira de uma arma, dentro de um carro, enquanto cometia roubos em série com o veículo.
 
Nele, a vítima foi rendida com a filha, e teve de sentar no banco de trás do carro. A todo momento, Pai da Alma e outros dois mantinham armas apontadas para elas, enquanto assaltavam pedestres.
 
Em certo trecho, Pai da Alma determinou que a mulher descesse do carro e participasse, com as mãos para o alto, de um assalto a um bar. Depois de quase uma hora de terror, ambas foram soltas.