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Uma dor que não cessa

Chuva volta a cair forte em Petrópolis e mortes não param de subir, chegando a pelo menos 117

Foto de longe mostra o estrago com deslizamento ocorrido na tarde de terça no Morro da Oficina
Foto de longe mostra o estrago com deslizamento ocorrido na tarde de terça no Morro da Oficina -

A tragédia das chuvas em Petrópolis chegou à triste marca de 117 mortos ontem, até o fechamento desta edição. Entre eles, mais de dez crianças e adolescentes. Foram 66 desabamentos e 300 pontos de deslizamento. A Polícia Civil informou que há mais de 100 desaparecimentos notificados. À noite, voltou a chover forte.

Em 2017, a prefeitura divulgou o Plano Municipal de Redução de Riscos, que mapeou 234 locais (18% da cidade) como risco alto ou muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações. Na época, essa área tinha 47 mil moradores. O órgão listou medidas para minimizar os riscos, mas ontem não disse quais adotou.

No meio de tanta dor, falsários criaram uma conta no Instagram como se fosse a organização SOS Serra e pediram doações em dinheiro. O perfil saiu do ar ontem. A organização alertou em sua página sobre o crime.

Apesar da grande quantidade de mortos, a esperança de encontrar vítimas vivas permanece entre bombeiros e moradores voluntários. Uma idosa de 100 anos foi resgatada com vida sob escombros de uma casa na Rua Teresa, o maior polo comercial da Região Serrana. A mulher foi removida em uma retroescavadeira, único veículo que conseguia acessar o local.

O cenário de destruição em que se transformou Petrópolis tem espaço para a solidariedade. Lidenil Márcia Canellas, o marido e os dois filhos fizeram da casa deles um centro de acolhimento para duas famílias que perderam tudo. O local também se tornou ponto de apoio para os socorristas que atuam no Morro da Oficina, um dos locais mais destruídos.