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'Morreu com as notas fiscais no bolso', diz irmã de policial civil assassinado por militares da Marinha
Corpo de Renato Couto Mendonça, de 41 anos, foi encontrado nesta segunda-feira, no Rio Guandu, em Japeri, na Baixada Fluminense
Por Meia Hora
Publicado em 16/05/2022 14:40:31 Atualizado em 16/05/2022 14:40:31Rio - A irmã do perito Renato Couto Mendonça, de 41 anos, morto por três militares da Marinha do Brasil, pediu justiça após ter reconhecido o corpo do papiloscopista ainda às margens do Rio Guandu, em Japeri, na Baixada Fluminense, nesta segunda-feira. No IML, a fisioterapeuta Débora Couto de Mendonça, de 38 anos, disse que Lourival Ferreira de Lima, um dos quatro presos pelo crime, receptou materiais furtados de uma obra do irmão.
"A gente já sabia dos furtos porque era uma coisa frequente. Tem 18 boletins de ocorrência. Ele era um policial civil, poderia ter ido de primeira, discutido e ter usado a força dele como policial, mas ele não fez isso. No dia da sua morte, ele estava com as notas fiscais das janelas que estavam no ferro-velho do seu Lourival no bolso, porque o seu Lourival mandou ele voltar e que se ele apresentasse as notas, ele iria devolver as janelas ao meu irmão", disse.
Débora contou que o irmão era o pilar de sua família e ele só entrou na Polícia Civil para ficar próximo deles.
"Meu irmão era minha outra metade. Ele era família 24 horas, era o pilar da nossa família, era ele quem dava o sustento para a minha mãe. Eu falava com ele no telefone todos os dias. A minha filha mais velha é afilhada dele. Ele só entrou para a Polícia Civil para estar próximo da gente, porque quando ele foi da Marinha, ele ficou em Fortaleza, e quando era do Exército, em Curitiba. E aí quando ele fez prova para a Polícia Civil e para a PRF, mas não abriu vaga para a PRF no Rio, então ele preferiu a Civil justamente para ficar perto da família. Agora é enterrar e fazer todas as homenagens que ele merecia e merece. Meu irmão era um cara incrível".
O enterro está previsto para acontecer nesta terça-feira, no Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. O horário ainda não foi informado.
Entenda o crime
Renato Couto foi assassinado por três militares da Marinha depois de uma discussão em um ferro-velho, na Praça da Bandeira, na Zona Norte, na última sexta-feira. Após ser baleado, ele teria sido colocado dentro de uma van da força militar e seu corpo jogado no Rio Guandu. O perito teria sido arremessado de uma ponte, próximo ao bairro de Engenheiro Pedreira.
Um vídeo feito pela perícia mostra que a ponte ficou manchada de sangue; amostras foram coletadas.