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Para evitar acidentes no Sambódromo, prefeitura anuncia plano de dispersão de escolas de samba

No ano passado, uma menina de 11 anos morreu após ser esmagada por um carro alegórico; nesta semana, a polícia indiciou cinco pessoas

Por O Dia

Publicado em 30/01/2023 20:13:43 Atualizado em 30/01/2023 20:13:43
Desfile das escolas de samba no Sambódromo da Marquês de Sapucaí
Desfile das escolas de samba no Sambódromo da Marquês de Sapucaí
Rio – A Prefeitura do Rio anunciou, nesta segunda-feira (30), um plano de contingência para a saída das escolas de samba da Marquês de Sapucaí, no Centro do Rio, após os desfiles de carnaval, para evitar acidentes como o que matou, no ano passado, a menina Raquel Antunes da Silva, de apenas 11 anos.
A ideia da Riotur é a saída do Sambódromo ser cercada e ganhar reforço na iluminação. Além disso, as interdições no trânsito no entorno da avenida serão estendidas para que as agremiações tenham mais tempo para dispersar os carros alegóricos. A informação é do Portal 'G1'.
Segundo o presidente da Riotur, o cercamento é a principal determinação da Justiça, que é a área de isolamento a partir da dispersão. "Vamos ter um alongamento maior, mais reservado. Ficou decidido que tem que ser com grade vazada para as pessoas terem acesso visual", disse Ronnie Aguiar. O isolamento chegará até a Praça Reverendo Álvaro Reis, perto do Hospital da PM, no Estácio, na região central do Rio.
Já o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) desaconselhou a utilização de grades para isolar vias públicas, pois o material pode, eventualmente, dar vazão a escaladas e provocar esmagamentos. O desestímulo está na "Recomendação", com diversas medidas sugeridas para a proteção das crianças e adolescentes que frequentarão o Sambódromo, entregue pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e Juventude da Capital aos órgãos competentes do município.
Na audiência pública na 1a Vara da Infância e Juventude da Capital do Rio de Janeiro, no último dia 17 de janeiro, para tratar da modernização da Portaria 02/2015 que regulamenta a realização dos Desfiles das Escolas de Samba no Sambódromo e discutir medidas de segurança a serem adotadas durante o evento, o documento entregue ao Município do Rio de Janeiro, à Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, à Polícia Militar, à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), à Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro (Aesmrio), à Empresa de Turismo no Município do Rio de Janeiro (Riotur) e ao Conselho Tutelar do Centro da Cidade do Rio de Janeiro ainda recomenda que seja elaborado estudo técnico de análise de risco para o evento, com plano de ação específico para orientar o fluxo de pessoas na área de dispersão.
Ainda foi aconselhado que os órgãos responsáveis viabilizem espaço adequado para recepcionar crianças e adolescentes perdidos de seus responsáveis legais e para receber as equipes do Sistema de Garantias de Direitos das Crianças e Adolescentes.

Polícia indicia cinco pessoas pela morte de menina esmagada por carro alegórico
A Polícia Civil concluiu, na última quinta-feira (26), o inquérito que investigava a morte de Raquel Antunes da Silva, de 11 anos. Em abril do ano passado, a menina foi esmagada por um carro alegórico da escola Em Cima da Hora na saída do Sambódromo, no Centro do Rio. Cinco pessoas foram indiciadas por homicídio doloso. São elas:
- Flávio Azevedo da Silva, ex-presidente da Em Cima da Hora;
- Daniel Oliveira dos Santos Junior, engenheiro técnico responsável;
- José Crispim da Silva Neto, coordenador da dispersão encarregado pelo acoplamento e guia do reboque;
- Carlos Eduardo Pereira Cruz, motorista reboquista;
- Wallace Alves Palhares, presidente da Liga das Escolas de Samba da Série Ouro (Liga RJ).
Após o desfile da escola, o cavalo mecânico e o carro alegórico se deslocavam acoplados no sentido destinado à retirada do veículo da dispersão do Sambódromo. No caminho, o carro colidiu com um poste de concreto, esmagando a menina. Ela chegou a ficar internada dois dias no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, e teve uma das pernas amputadas por causa das graves lesões. Durante o procedimento, a menina teve uma parada cardiorrespiratória, mas não conseguiu ser reanimada e veio à óbito.
O inquérito policial apontou que o veículo apresentava falta de manutenção, oferecendo riscos de acidente e incêndio por conta de sua construção inadequada. E além do descumprimento de normas técnicas, foram cometidas irregularidades no que diz respeito ao Código Nacional de Trânsito.