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PF faz buscas e prende suspeitos de envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro
Diligências são realizadas em Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, Bahia e no Distrito Federal
Por Meia Hora
Publicado em 17/08/2023 09:24:00 Atualizado em 17/08/2023 10:36:29 Brasília - A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta quinta-feira, 17, mais uma etapa da Operação Lesa Pátria para prender 10 investigados por ligação com os atos golpistas que devastaram as dependências do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso no dia 8 de janeiro. Os agentes ainda cumprem 16 mandados de busca e apreensão. As diligências são realizadas em Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, Bahia e no Distrito Federal. Os alvos nesta etapa são suspeitos de de financiar e incentivar as depredações. Até o momento, oito pessoas já foram presas.
Em nota, a corporação informou que duas prisões aconteceram no Distrito Federal, duas em Goiás, duas em Santa Catarina, uma na Paraíba e uma no Paraná. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
A 14ª etapa ostensiva da investigação apura crimes de "abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo".
Ainda de acordo com a PF, os alvos da operação são suspeitos de terem fomentado o que a corporação se refere como "Festa da Selma", codinome utilizado para se referir às invasões.
"O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam ainda termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído."
Pelas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou sobre a operação. "Polícia Federal executando hoje mais mandados judiciais relativos às investigações sobre os atos golpistas perpetrados em 8 de janeiro. Justiça necessária para que atuem as funções repressivas e preventivas que o Direito Penal exerce", escreveu.
Em Blumenau, Santa Catarina, foi preso o pastor Dirlei Paiz, que ocupa o cargo de coordenador técnico do gabinete do presidente da Câmara de Vereadores, Almir Vieira.
Nas redes sociais, ele fez diversas publicações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas postagens, Dirlei também exibe a sua afeição pelo ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), além da promoção de ideais replicadas pelos extremistas.
Em uma das publicações, ele aparece em fotos ao lado de Jair Renan, filho de Bolsonaro, e com placas pedindo "intervenção federal".
No Distrito Federal, a corporação prendeu Isac Ferreira, que se apresenta nas redes sociais como "gerente" de vendas de uma concessionária de automóveis em Taguatinga, no DF, e vende cursos.
Em pelo menos dois posts na rede social X (Twitter), ainda disponíveis, Isac usa o termo "Festa da Selma" em referência aos atos golpistas.
Em pelo menos dois posts na rede social X (Twitter), ainda disponíveis, Isac usa o termo "Festa da Selma" em referência aos atos golpistas.
Já em Goiânia, foi presa a cantora gospel Fernanda Ôliver, que ficou conhecida por cantar em acampamentos bolsonaristas ilegais montados em frente a quartéis-generais do Exército após as eleições.
A cantora ganhou destaque como a "musa" das manifestações golpistas. Ôliver até gravou o "hino das manifestações" e tinha 134 mil seguidores em suas redes sociais. "E por Deus pela pátria , família eu vou lutar /Então eu me levanto / Levo meu povo comigo / Juntos estamos indo / Pra um lugar melhor", diz a música.
Fernanda Ôliver também transmitiu ao vivo pelas redes sociais diversos momentos da invasão ao Congresso Nacional no dia 8 de janeiro.