Agentes vasculharam oito endereços nas cidades de São Paulo, Sorocaba, Arujá, Itu, Guarulhos, Barueri e Maceió. A ofensiva visa identificar outros participantes do esquema, recolher provas sobre as fraudes e verificar a possível lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo a Receita, o influenciador "se autointitula especialista na importação de smartphones com suposta economia de tributos, mas, na prática, comete crimes como descaminho e falsidade ideológica ao adotar suas metodologias de importação".
O investigado tem cerca de 650 mil seguidores no Instagram e 250 mil seguidores no Youtube e direcionava seus "alunos" para a realização de transações com supostos "sites parceiros" e de "compra assistida" situados no exterior, prometendo compras de smartphones sem tributação, diz o Fisco.
De acordo com o órgão, o influencer então passou a ostentar em suas redes sociais uma vida com carros e mansões de luxo, ao tempo que seus alunos e clientes tiveram suas encomendas apreendidas pela Receita Federal e "inundaram os portais de defesa do consumidor com reclamações".
O homem ainda fornecia smartphones importados de maneira fraudulenta diretamente a clientes interessados, diz a PF. "Para a execução dessas tarefas, ele mantinha uma rede de cúmplices, responsáveis pela importação ilícita e a distribuição dos aparelhos", diz a corporação.
Os investigadores dizem que a quadrilha ainda oferecia outra opção aos clientes: eles faziam a compra do produto nos Estados Unidos, e o grupo providenciava a remessa ao Brasil, com nota fiscal, mas sem taxa alfandegária. Os celulares também podiam ser retirados no Paraguai. O Fisco interceptou duas remessas internas desses celulares.
De acordo com a Polícia Federal, a distribuidora dos produtos trazidos ao Brasil irregularmente movimentou R$ 45 milhões em 2023 e comprou R$ 1,8 milhão em criptoativos. "Só nos primeiros 100 dias de 2024, essa empresa já tinha comercializado mais de 3 mil smartphones com valor superior a R$ 14 milhões, sem qualquer nota fiscal de entrada dessa mercadoria", explicou a corporação.
A ofensiva mira supostos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, descaminho, associação criminosa e falsidade ideológica.