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MP fecha o cerco contra acusada de participar do 'Escritório do Crime'

José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, e Jocimar Soares de Oliveira, o PH, foram executados a tiros em 2011

Por Meia Hora

Publicado às 14/04/2025 15:28:00 Atualizado às 14/04/2025 15:29:24
Zé Personal foi morto a tiros em um Centro Espírito da Praça Seca, na Zona Oeste, em 2011
Zé Personal foi morto a tiros em um Centro Espírito da Praça Seca, na Zona Oeste, em 2011
MPRJ cumpre mandados contra suspeita ligada ao 'Escritório do Crime' em inquérito sobre mortes ligadas ao jogo do bicho

Rio — O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriu, nesta segunda-feira (14), três mandados de busca e apreensão contra uma mulher investigada no inquérito que apura os assassinatos de José Luiz de Barros Lopes, conhecido como Zé Personal, e Jocimar Soares de Oliveira, o PH. Os dois foram executados a tiros em 2011.

Segundo o MPRJ, os homicídios estariam ligados a uma disputa por pontos do jogo do bicho e por máquinas caça-níqueis. A mulher, cuja identidade não foi revelada, é suspeita de ter atuado no levantamento de informações sobre as vítimas a serviço do grupo de extermínio conhecido como “Escritório do Crime”. De acordo com as investigações, ela teria ligação com Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, apontado como integrante da quadrilha.

As investigações também indicam envolvimento de outros dois criminosos já mortos: Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano, e Luiz Carlos Felipe Martins, o Orelha. A ordem para os crimes teria partido do contraventor Bernardo Bello, atualmente foragido da Justiça.

Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca da Capital, a pedido do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), e cumpridos nos bairros de Marechal Hermes e Quintino Bocaiúva, na Zona Norte do Rio. A operação contou com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MPRJ.

Crime e disputa familiar
Zé Personal e PH foram mortos dentro de um centro espírita na Praça Seca, Zona Oeste do Rio. José Luiz era casado com Shanna Garcia, filha de Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, e neta do bicheiro Miro Garcia.

Após o assassinato de Maninho — conhecido como o "Rei do Rio" — em 2004, o controle dos pontos da família no jogo do bicho teria passado para suas filhas, Shanna e Tamara Garcia. Os respectivos maridos da época, Zé Personal e Bernardo Bello, passaram a ocupar papéis centrais na disputa pelo domínio da organização.

José Luiz também era o principal sócio do Haras Garcia, em Macaé, no Norte Fluminense. Após sua morte, Shanna assumiu o controle do haras e chegou a vender cavalos sem o aval dos sócios minoritários, gerando um litígio judicial.

Em 2019, Shanna foi baleada na Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes. Segundo a polícia, ela foi atingida por disparos feitos por um ocupante de um carro que a seguia. Na ocasião, a empresária acusou o ex-cunhado Bernardo Bello de envolvimento no atentado.