Gerente de banco é presa por fazer pirâmide com empréstimos ilegais

Vítimas de Júlia Machado Cardoso Faria eram idosos e pensionistas. A golpista movimentou R$ 1 milhão, diz polícia

Júlia Machado Cardoso Faria movimentou cerca de R$ 1 milhão em empréstimos irregulares
Júlia Machado Cardoso Faria movimentou cerca de R$ 1 milhão em empréstimos irregulares -
Rio - Uma gerente de banco foi presa, nesta segunda-feira (3), por um esquema de empréstimos fraudulentos na agência bancária onde trabalhva. Júlia Machado Cardoso Faria era investigada por realizar pirâmide financeira com contratações irregulares, que movimentou cerca de R$ 1 milhão. A mulher acabou detida na cidade de Três Rios, no Sul Fluminense. 
As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) apontam que a gerente de negócios e serviços utilizava o acesso privilegiado ao sistema bancário e a relação de confiança com os clientes para operar diretamente em seus perfis. Júlia contratava empréstimos sem consentimento, criava contas-poupança vinculadas às vítimas e transferia valores desviados para outras contas, inclusive de pessoas próximas, para dificultar o rastreamento do dinheiro.
A especializada descobriu que a mulher estruturou uma espécie de pirâmide financeira interna, por meio de contratações irregulares de crédito em nome das vítimas. Os valores eram recebidos em novos contratos, simulando a quitação de dívidas anteriores e aparência de regularidade às movimentações, enquanto o prejuízo crescia. Para manter o golpe, ela renovava sucessivamente os empréstimos, usando o dinheiro de novos contratos para pagar parcelas de operações anteriores, formando um ciclo fraudulento e autossustentável.
As vítimas, em sua maioria aposentados e pensionistas, acreditavam que as operações eram "ajustes de rotina" ou "atualizações cadastrais", confiando na gerente que as atendia há anos. A fraude só foi descoberta quando clientes começaram a receber cobranças indevidas e notificações de empréstimoes desconhecidos, que levaram a insituição financeira a identificar as irregularidades e comunicar o caso à Polícia Civil. 

Com base nas provas reunidas, a Justiça decretou a prisão preventiva da mulher e o mandado cumprido pela DRF, bem como de busca a apreensão em endereços ligados à ela. Na ação, foram apreendidos documentos, extratos bancários e dispositivos eletrônicos, que devem auxiliar no rastreamento dos valores desviados e na identificação de outros possíveis beneficiários do esquema.
Em nota, a instituição bancária informou que detectou a fraude e prontamente comunicou à Polícia Civil e que "tem cooperado integralmente com a investigação desde o início, por meio de sua área de Inteligência". O banco ainda reforçou que "possui sistemas eficazes de prevenção a fraudes para identificar e coibir eventuais desvios de conduta". A reportagem do DIA tenta contato com a defesa de Júlia Machado Cardoso Faria. O espaço está aberto para manifestação. 
Júlia Machado Cardoso Faria utilizava acesso ao sistema bancário para operar diretamente perfis de clientes
Júlia Machado Cardoso Faria utilizava acesso ao sistema bancário para operar diretamente perfis de clientes Reprodução