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PF faz operação contra esquema de roubos de FGTS e Auxílio Emergencial

Investigação bloqueou R$ 45 milhões em bens e determinou medidas cautelares contra 21 investigados

Por Meia Hora

Publicado em 05/11/2025 11:54:59 Atualizado em 05/11/2025 11:54:59
Cerca de 100 agentes cumprem mandados no Rio, Niterói e em cidades paulistas
Rio - A Operação Trampo mira, nesta quarta-feira (5), um esquema que roubou dinheiro de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e Auxílio Emergencial de contas bancárias da Caixa Econômica. Cerca de 100 policiais federais cumprem 27 mandados de busca e apreensão no Rio e Niterói, na Região Metropolitana, além de nas cidades de São Paulo, Indaiatuba, Salto e Várzea Paulista, no estado de São Paulo. A ação bloqueou aproximadamente R$ 45 milhões em bens dos investigados. 
As investigações apontaram que a quadrilha interestadual opera com núcleos no Rio de Janeiro e São Paulo. Os envolvidos conseguiam de forma ilicita dados sigilosos de beneficiários e correntistas da Caixa e documentos falsos para viabilizar o acesso às contas bancárias das vítimas. Ao entrarem, eles faziam saques fraudulentos e pagamentos de boletos digitais, roubando valores destinados à pessoas em vulnerabilidade social. A ação também apurou lavagem de dinheiro pelos membros. 
A PF identificou que os criminosos usavam conexões de internet registradas em nome de terceiros para acessar ilegalmente as contas, inclusive por meio do aplicativo CAIXA Tem. O grupo contava com integrantes dividos em funções na obtenção e uso dos dados. Além do sequestro de bens, a operação determinou medidas cautelares para 21 invetigados, como recolhimento de passaporte, proibição de deixar o país e estado e de contato com outros alvos e comparecimento mensal em juízo. 
Os agentes continuam com as investigações para identificar todos os envolvidos e recuperar os valores roubados. Os criminosos foram indiciados por organização criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado pela fraude. Também são apurados os crimes de uso de documento falso, falsidade ideológica e peculato-furto. A ação faz parte da Força-Tarefa Tentáculos, de cooperação com instituições bancárias e financeiras para o combate às fraudes eletrônicas, e ocorre no contexto da Operação Nacional Não Seja Um Laranja.
"Emprestar ou ceder contas bancárias para movimentação de valores ilícitos é crime. Essa prática contribui para o financiamento de organizações criminosas e causa prejuízos a milhares de brasileiros", alertou a PF. A operação tem apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal (Geaco/MPF).