Estética cresce com foco no bem-estar e na sustentabilidade

O setor da estética segue em expansão no Rio de Janeiro e revela um perfil de empreendedor cada vez mais ligado ao propósito, à especialização e ao cuidado humano. A informação é da gerente de Projetos do Sebrae Rio, Flávia Maria Lima, que conversou com o jornalista Sidney Rezende sobre as principais características e tendências desse mercado que movimenta milhares de profissionais no estado. Segundo ela, mais de 80% dos empreendedores da área são mulheres, muitas delas microempreendedoras individuais que escolhem a estética como caminho de realização pessoal e profissional.

"É um público majoritariamente feminino, muito conectado ao bem-estar e ao desejo de transformar vidas por meio do cuidado", explica Flávia. Para ela, a sensibilidade é, inclusive, aquilo que dá início à maioria dos negócios de beleza. Somado a isso, está o alto grau de especialização: são profissionais com formação técnica, cursos de aperfeiçoamento e, em grande parte, ensino médio ou superior concluído. "Quem entra nesse setor busca qualificação e entende que atualização constante é fundamental", afirma.

As tendências do segmento também refletem mudanças no comportamento do consumidor. A gerente do Sebrae Rio destaca que a estética atual abraça a beleza natural, os procedimentos minimamente invasivos e a preocupação crescente com a sustentabilidade. "A lógica do 'menos é mais' ganhou força. O cliente está atento à origem dos produtos, aos impactos ambientais e a toda a cadeia de valor. Ele quer saber de onde vem aquilo que está sendo aplicado na pele", diz. Esse novo olhar prioriza equilíbrio, autocuidado consciente e resultados que respeitam as características individuais.

Outro ponto decisivo para o sucesso dos negócios é a experiência oferecida ao cliente. De acordo com Flávia, organização e processos internos bem estruturados fazem toda a diferença na fidelização. "A personalização é essencial. O atendimento precisa ser acolhedor, com escuta ativa e transparência em todas as etapas do procedimento", explica. Para ela, cada sessão de estética deve se transformar em um momento único. "É preciso cuidar do ambiente, da comunicação e da formação do profissional. Tudo isso compõe a experiência", completa.

Ao falar sobre custos e retorno financeiro, a especialista lembra que a estética pode ser um excelente negócio para quem se planeja. Flávia reforçou que organização, controle de despesas e investimento estratégico em equipamentos e capacitações determinam a saúde financeira de quem atua no setor. "Quem entende seu público, oferece qualidade e mantém processos claros consegue transformar a estética em uma atividade rentável e sustentável", destaca.

A combinação entre propósito, capacitação e atenção às novas demandas do consumidor projeta para os próximos anos um cenário ainda mais promissor. Para Flávia, o futuro da estética passa pelo equilíbrio: cuidar do outro sem abrir mão da responsabilidade ambiental e da transparência na relação com os clientes. E, principalmente, valorizar o que cada pessoa já tem de melhor.