Policial civil e PM são alvos em ação contra milícia da Baixada

Jaime Rubem Provençano foi preso e Gilmar Carneiro dos Santos é procurado. Dez pessoas foram presas, entre elas o líder da quadrilha

Operação do Gaeco mira policiais e milicianos da Baixada Fluminense
Operação do Gaeco mira policiais e milicianos da Baixada Fluminense -
Rio - Um policial civil e um militar são alvos de uma ação contra uma milícia de Belford Roxo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O agente Jaime Rubem Provençano foi preso, na manhã desta terça-feira (9), e o PM Gilmar Carneiro dos Santos é procurado. O líder da quadrilha também acabou detido. A Operação Golden Head cumpre 13 mandados de prisão preventiva nos dois municípios, além de Jacarepaguá e Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste, e em unidades prisionais. 
A Operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) é realizada com apoio das corregedorias da Polícias Civil e Militar. Todos os 13 alvos foram denunciados à 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa por constituição de milícia privada. Entre eles, o agente Jaime, que à época dos crimes era da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), e o PM, conhecido como "Professor Gilmar", lotado no 39º BPM (Belford Roxo). 
Segundo o MP, o agente e um líder da milícia foram presos em casa, em Jacarepaguá e na Barra, respectivamente. Diego dos Santos Souza, o "Cabeça de Ouro", tentou fugir, mas acabou detido. As investigações apontam que Jaime e Gilmar participaram do vazamento de informações sobre ações e apoiavam atividades da quadrilha. O grupo extorquia comerciantes e mototaxistas e há registros de torturas, execuções e disputas territoriais. Os crimes ocorreram nos bairros Wona, Lote XV e Vale das Mangueiras, em Belford Roxo, e Pantanal, em Caxias.
As investigações do Gaeco revelaram que a milícia é liderada por Diego e Carlos Adriano Pereira Evaristo, o "Carlinhos da Padaria", que comandavam as ações de dentro da prisão. A cobrança era gerenciada por Angelo Adriano de Jesus Guarany, o "Magrinho", responsável por articular a comunicação entre os líderes presos e os cobradores nas ruas. Os promotores reuniram provas sobre a existência de controle financeiro, prestação de contas e ordens transmitidas por mensagens. A apuração identificou ainda disputas armadas com rivais, registros de traições, coações de integrantes e planejamento de ataques.
Em nota, a Corregedoria-Geral de Polícia Civil informou que participa com o Ministério Público da operação e que mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos contra o agente. As diligências estão em andamento. Procurada, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o caso. O espaço está aberto para manifestação.