Cefet retoma atividades presenciais após morte de servidoras

Retorno acontece de forma gradual e com acolhimento aos funcionários e alunos

Cefet retoma atividades presenciais nesta terça (9)
Cefet retoma atividades presenciais nesta terça (9) -
Rio - O Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), no Maracanã, na Zona Norte, retomou, nesta terça-feira (9), as atividades presenciais para servidores docentes e técnico-administrativos. A medida ocorre 11 dias após o ataque que terminou na morte da diretora Allane de Souza Pedrotti Mattos e da psicóloga Layse Costa Pinheiro.

Na ocasião, o atirador, João Antônio Miranda Tello Gonçalves, funcionário afastado do setor de pedagogia, também morreu.

Segundo a instituição, a retomada acontece de forma gradual e com acolhimento aos funcionários e alunos. Na quarta (10), inicia o retorno presencial para os estudantes.

"Neste momento em que a comunidade enfrenta um profundo luto, estão sendo organizadas atividades de acolhimento pensadas para oferecer cuidado, escuta, suporte emocional e pedagógico. As ações são coordenadas pela Direção-Geral, em conjunto com a Diretoria de Ensino (DIREN), o Departamento de Educação Superior (DEPES) e o Departamento de Ensino Médio e Técnico (DEMET) da Unidade Maracanã", disse em comunicado.

Relembre o caso

O atirador, João Antônio Miranda Tello Ramos invadiu o Cefet armado e atirou contra Allane e Layse no último dia 28. A Polícia Militar informou que agentes do 6º BPM (Tijuca) foram acionados para a ocorrência e localizaram o suspeito já sem vida.

O Corpo de Bombeiros recebeu chamado às 15h50 e encaminhou as vítimas ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas elas não resistiram. Na ocasião, o Cefet precisou ser evacuado às pressas.

Allane, de 41 anos, era chefe da Divisão de Acompanhamento e Desenvolvimento de Ensino (Diace) da instituição. Ela deixou uma filha adolescente, era torcedora apaixonada pelo Fluminense e também cantora de samba, pandeirista e compositora.

Já Layse, de 40 anos, trabalhava como psicóloga escolar na unidade desde 2014. Ela era graduada em Psicologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e desempenhava funções de apoio emocional e acompanhamento dos estudantes.

Segundo investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), João teria problemas de convivência com mulheres e não tolerava ser chefiado por elas.

Após conflitos com Allane, ele foi transferido para outra unidade. Inconformado com a mudança, chegou a recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) para tentar retornar ao posto original. Na mesma época, também teve problemas no novo local de trabalho, o que levou a um afastamento cautelar. Entretanto, um laudo psiquiátrico atestou que ele estava apto a regressar às atividades, novamente na unidade Maracanã.