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Felipe Simas é locutor de rodeio em 'Asa Branca' e revela dificuldade em viver o personagem

Por Agência Estado

Publicado em 15/12/2025 18:45:16

Lendário locutor de rodeios do Brasil, Waldemar Ruy dos Santos terá sua história contada nos cinemas: o filme Asa Branca - A Voz da Arena, estreia dos cinemas desta quinta-feira, 18, presta homenagem a ele, que morreu em 2020.

Com direção de Guga Sander, produção de Marcos Araujo e João Queiroz Filho e com o ator Felipe Simas no papel principal, o filme livremente inspirado em fatos conta a vida do homem que revolucionou a locução de rodeios no Brasil, e quer levá-la além daqueles familiarizados com o universo retratado. "Quero atrair o publico universal, não só o ligado ao rodeio", explica Sander ao Estadão.

Waldemar Ruy dos Santos teve uma infância complicada. Em sua trajetória, ele subiu ao topo, chegou ao "fundo do poço" e teve sua redenção, sua chance de começar de novo. "Escolhemos um recorte mais brando. Decidimos contar a história de um sonho interrompido por um acidente, e do novo significado na vida desse personagem, que foi a locução".

Felipe Simas, que estreia seu primeiro protagonista solo (ele atuou em As Aventuras de José & Durval ao lado de seu irmão Rodrigo e, recentemente, teve destaque na série Tremembé), conta que dar vida ao Asa Branca exigiu muito de si. "Foi muito intenso. Tivemos pouco tempo para filmar - e que bom que foi longe de casa, no sentido de que a gente estava muito imbuído do projeto. A gente ia para o hotel pensando no dia seguinte já, não tinha distração. Eu me realizei como ator", disse.

Simas conta ainda que o preparo para as gravações exigiu muito do seu corpo. "Correr na arena não é fácil. Eu jogo futevôlei, então estava um pouco mais acostumado, mas eu corro descalço, não de bota", brincou. "Correr na arena, de bota, e falando ao microfone foi o grande desafio".

"Se não fosse o Felipe Simas, eu acho que o filme não seria o que é hoje. A entrega dele foi muito, muito, muito acima das minhas expectativas", elogia o diretor.

Entre personagens reais e fictícios

Além do lendário Asa Branca, outros personagens ganham destaque na trama, como a técnica de som amiga do locutor, Jibóia, vivida pela atriz Camila Brandão; o amigo peão Miltinho, vivido por Ravel Andrade; o empresário Jotapê, interpretado por Fabio Lago; e Wandão, interpretado por Carlos Francisco.

"O sonho do Asa Branca realizado por si só de nada vale. Ele precisava de toda a equipe com quem ele construiu esse sonho. E é legal que essas personagens, mostram todos os lados dele", diz Simas.

"A gente tem na relação com o Miltinho, um Asa muito brincalhão, quase infantil no sentido de amizade. E com a Jibóia uma parceria profissional. E tive um grande encontro com o Fábio Lago, por quem eu guardo uma imensa admiração. A gente se encontrou em cena, o que era um desejo meu enquanto artista".

A adrenalina dos rodeios

Gravado em 20 dias, em várias locações em Fernandópolis (SP), o filme contou com um esquema de segurança para as cenas gravadas com os touros, que podem pesar até 800kg. "Filmamos tudo separado [os atores e os animais]", explica Sander. "Tivemos o cuidado de colocar a segurança em primeiro lugar".

Asa também era conhecido por sua ousadia de chegar de helicóptero às arenas - o que também representou vários desafios para a equipe do longa. "Primeiro, porque não é qualquer piloto que pilota um helicóptero dentro duma arena", nota o diretor. "Segundo, porque o Asa Branca real ficava pendurado no helicóptero e, obviamente, a gente não poderia botar nosso ator pendurado. Foi um trabalho bem intenso".

Questionados sobre suas cenas preferidas do novo filme, ator e diretor têm a mesma resposta: "É, quando todo mundo já o abandonou e ele não tem para onde ir e, de repente, o Deputado vai lá e dá mais uma chance para ele, depois do Asa ter tanto falhado com ele. É uma mensagem muito bonita, como se fosse um anjo salvando um ser humano", conta Felipe.

O que esperar de 'Asa Branca - A voz da Arena'?

"Eu gostaria muito que o público se inspirasse", confessa Felipe. "O Asa Branca foi um grande sonhador - como muitos brasileiros - e que não mediu esforços pra realizar o seu sonho. Mas acima de tudo, ele percebeu que o sonho realizado por si só de nada vale".

Para Guga Sander, Asa Branca - A voz da Arena é um filme sobre "segundas chances". "Sobre dar sempre uma segunda chance para quem merece, para quem você ama, para que essa pessoa tenha a chance de recomeçar e foi isso o que fizeram com o Asa Branca: a Sandra [parceira do locutor], o Jotapê, o Miltinho, o Wandão, os personagens que cercaram ele e não deixaram ele se afundar", conta.

Asa Branca - A voz da Arena tem produção da Sentimental Filme, em coprodução com a Ventre Studio e Claro, e distribuição da Paris Filmes.

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