De responsa

Por onde navega a solidariedade

Mineiros oferecem cuidados de saúde aos povos da floresta

Por O Dia

Publicado em 22/10/2025 19:08:43 Atualizado em 22/10/2025 19:08:43
Barco hospital navega pelos rios da solidariedade
Colunista Luiz André Ferreira
Nem mesmo a realização da COP30 na Amazônia consegue pautar a dura realidade dos povos da Floresta para o topo dos principais temas a serem debatidos.
Enquanto isso, um barco adaptado como hospital navega contra a correnteza para levar saúde e dignidade a ilhas praticamente isoladas do poder público. Tratam-se dos isolados socialmente ribeirinhos e povos indígenas. 
O curioso é que essa ação vem de um povo não muito habituado a navegar mas que graças à solidariedade vem desbravando  as interseções entre os rios da Amazônia. O serviço é coordenado pela mineira Fraternidade São Francisco de Assis na Providência com apoio do Ministério Público do Trabalho.
Além de consultas, o Barco Hospital São João XXIII oferece em seu pacote de atendimento humanizado, exames, procedimentos cirúrgicos de baixa e média complexidade, serviços de odontologia, oftalmologia e laboratórios de análises clínicas.
São cuidados raros que chegam a uma área imensa e de difícil mapeamento, o que, contudo, não exime o poder público de sua ausência. Em diversas comunidades, mulheres enfrentam obstáculos significativos para realizar exames essenciais, como a mamografia. Dados recentes indicam que, no Amazonas, o tempo médio de espera para a realização de uma mamografia pelo SUS é de 32 dias. Esse prazo pode ser ainda mais longo em regiões isoladas, onde o deslocamento até os centros urbanos é demorado e difícil.

A bordo, o mamógrafo Delicata Evolution, produzido em Nova Lima (MG) pela Konica Minolta, além da precisão, possui agilidade e redução de radiação, necessários para esse tipo de atendimento itinerante 

Já embarcaram nessa ação mais de 8.500 profissionais voluntários, transformando a rotina e a qualidade de vida de comunidades inteiras.
“Este Barco Hospital não é apenas saúde, é dignidade e esperança”, resume Frei Francisco Belotti, presidente da Fraternidade.