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10 dicas para promover saúde mental no ambiente corporativo

Por Edicase

Publicado às 10/09/2024 10:21:53
As empresas devem prezar o bem-estar dos colaboradores, incentivando a discussão sobre saúde mental (Imagem: PeopleImages.com - Yuri A | Shutterstock)

A saúde mental dos colaboradores tem sido um tema central nas discussões corporativas, especialmente no mês de prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% da população economicamente ativa enfrenta estresse ligado ao ambiente profissional, gerando sérios impactos psicológicos. No Brasil, o aumento de 38% nos afastamentos por questões emocionais, de acordo com o Ministério da Previdência Social em 2023, destaca a urgência de medidas voltadas ao bem-estar.

A pesquisa realizada pela Pipo Saúde também revela um cenário preocupante: 48% dos entrevistados estão sob risco de desenvolver problemas psicológicos, 44% sofrem de insônia, 66% enfrentam o sedentarismo e 60% estão acima do peso devido à dificuldade de adaptação ao novo ritmo pós-pandemia.

“A velha ideia de romantizar o workaholic, de que quanto mais você rala, mais chances terá de receber reconhecimento, não respeitar os próprios limites (ou nem reconhecê-los) também contribui para exaustão, mas é injusto atribuir responsabilidades individuais quando o problema é sistêmico e quando o medo de perder a fonte de renda é maior do que a coragem de se preservar. Por outro lado, esperar que o sistema mude, no curto prazo, é quase ingênuo da nossa parte, o que nos traz de volta às esferas mais particulares”, comenta a psicanalista Ana Tomazelli, presidente do Ipefem (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas).

Mente cheia é oficina do esgotamento mental 

Em lugares nos quais a produtividade e a competitividade são priorizadas, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é frequentemente comprometido, levando ao aumento de casos de ansiedade, depressão e burnout. No Brasil, a Isma-BR (International Stress Management Association) estima que 72% dos trabalhadores economicamente ativos lidam com estresse relacionado à função, e 32% enfrentam burnout.

Muitos profissionais lidam com a pressão de atingir metas, enquanto outros enfrentam a sobrecarga de e-mails, relatórios e demandas crescentes. “Essa pressão contínua não apenas reduz a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também impacta diretamente a produtividade e a eficiência das equipes”, destaca o especialista em Desenvolvimento de Lideranças e Saúde Mental no trabalho, Renato Herrmann.

O profissional destaca que, “em muitos casos, a resposta a essas demandas excessivas é o esgotamento completo, resultando em um ciclo vicioso onde o desempenho cai, aumentando ainda mais a pressão e o estresse”. 

10) Quebrar o tabu em torno da saúde mental

A empresa deve trabalhar para desestigmatizar o tema entre seus colaboradores, promovendo campanhas de conscientização, treinamentos sobre saúde psicológica, e a criação de grupos de apoio. Incentive uma cultura de transparência e confiança, onde todos se sintam à vontade para discutir suas preocupações sem medo de julgamentos ou repercussões negativas. 

“Ou seja, um ambiente de trabalho que prioriza o bem-estar mental de seus profissionais tende a ser mais produtivo, inovador e resiliente diante dos desafios do mercado, o que, portanto, aumenta os lucro das organizações ou, minimamente, ‘economiza’ o que a organização já está perdendo com o adoecimento das pessoas”, pontua Renato Herrmann.  

Organizações que reconhecem a importância da saúde mental e investem em programas efetivos estão preparando o terreno para um futuro mais equilibrado, no qual a produtividade e a saúde psicológica andam lado a lado, beneficiando tanto os indivíduos quanto a empresa como um todo.

Por Letícia Carvalho

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