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5 dicas para incentivar o contato das crianças com a natureza

Por EdiCase

Publicado às 15/04/2025 14:32:34
O contato com a natureza favorece o desenvolvimento motor, cognitivo e social das crianças (Imagem: Juliya Shangarey | Shutterstock)
O contato com a natureza favorece o desenvolvimento motor, cognitivo e social das crianças (Imagem: Juliya Shangarey | Shutterstock)

Um recente levantamento realizado pela Universidade de Aarhus, na Dinamarca, revela que crianças que crescem com pouco acesso a áreas verdes têm até 55% mais chances de desenvolver distúrbios psicológicos ao longo da vida adulta. O estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, acompanhou mais de 900 mil crianças ao longo de uma década, estabelecendo uma relação direta entre o contato com a natureza e a saúde mental.

No Brasil e em outros países, profissionais da infância vêm relatando um crescimento significativo em sintomas como irritabilidade, déficit de atenção e comportamentos compulsivos entre crianças que passam a maior parte do tempo em ambientes urbanos, com poucas oportunidades de brincadeiras em áreas naturais. De acordo com um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde (MS), de 2014 a 2024, o atendimento a crianças de 10 a 14 anos relatando sintomas de ansiedade cresceu cerca de 2.500% no Sistema Único de Saúde (SUS).

O jornalista e pesquisador norte-americano Richard Louv, autor do livro A Última Criança na Natureza, é uma das principais vozes sobre o tema. Em sua obra, ele cunhou o termo “transtorno do déficit de natureza”, para se referir às consequências físicas e emocionais da desconexão infantil com o mundo natural. “As crianças estão sendo privadas de uma fonte essencial de aprendizado, saúde e equilíbrio emocional. A natureza oferece estímulos únicos que nenhuma tecnologia consegue reproduzir”, afirma.

Menos tempo ao ar livre

Além dos impactos psicológicos, o contato com ambientes naturais favorece o desenvolvimento motor, cognitivo e social. Um estudo do National Institute for Health and Welfare, da Finlândia, concluiu que crianças que brincam diariamente em áreas verdes apresentam menores níveis de inflamação no organismo e microbioma intestinal mais saudável, além de maior capacidade de autorregulação emocional.

O cenário contrasta com a realidade de muitas crianças urbanas. Dados da ONG britânica The Wildlife Trusts indicam que elas passam, em média, menos de uma hora por dia ao ar livre — tempo inferior ao de prisioneiros em regime fechado. Da mesma forma, o período médio de tela entre crianças de 5 a 12 anos já ultrapassa quatro horas diárias, segundo levantamento da Common Sense Media (organização que oferece educação para famílias menos privilegiadas).

documentários sobre ecossistemas ou até criar um terrário com as crianças podem aproximá-las do mundo natural. O importante é cultivar o olhar curioso e respeitoso com a vida ao redor.

Por Milena Almeida 

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