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Veja como a maternidade impacta a saúde mental das mulheres

Por Edicase

Publicado em 08/05/2025 16:51:33
Uma maternidade sustentável exige que a mulher se reconheça como sujeito com necessidades próprias, inclusive emocionais (Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock)
Uma maternidade sustentável exige que a mulher se reconheça como sujeito com necessidades próprias, inclusive emocionais (Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock)

A maternidade é frequentemente acompanhada por mudanças profundas — físicas, emocionais, sociais e identitárias. Entre fraldas, consultas pediátricas, noites maldormidas e a responsabilidade de formar um ser humano, muitas mulheres vão, pouco a pouco, deixando de se ouvir.

A exaustão passa a ser normalizada, a sobrecarga vira rotina silenciosa e os próprios limites se tornam invisíveis até mesmo para quem os ultrapassa. Nesse cenário, sintomas de adoecimento emocional podem surgir de forma sutil, muitas vezes confundidos com o “cansaço normal” da maternidade. Por isso, reconhecer os sinais de alerta sobre saúde mental para mães é um passo essencial para cuidar de quem cuida.

Exigências irreais da maternidade e seus impactos emocionais

A construção social da maternidade perfeita tem causado danos emocionais profundos em mulheres reais, que se veem cobradas a desempenhar papéis impossíveis. “Vivemos em uma sociedade que idealiza a mãe perfeita, sempre disponível, sempre paciente, sempre feliz. Isso gera um sofrimento psíquico enorme, porque é simplesmente impossível corresponder a esse modelo irreal”, afirma a psicóloga e neuropsicóloga Tatiana Serra, especialista em saúde mental materna.

Conforme a profissional, as necessidades das mães costumam ser ignoradas. “A mulher que se torna mãe continua sendo uma pessoa com desejos, cansaços, limites e necessidades emocionais, mas isso é frequentemente ignorado — por ela mesma e pelo entorno”, afirma.

A profissional também explica que o puerpério, os primeiros meses após o nascimento do bebê, é apenas o início de uma jornada emocional que se estende por toda a maternidade. “Há mães adoecendo emocionalmente não só no pós-parto, mas anos depois, já com os filhos maiores. É o que chamamos de maternidade crônica: a mulher nunca mais se autoriza a colocar suas necessidades em primeiro plano”, acrescenta.

Mães devem ter espaços seguros e acolhedores para falar sobre suas emoções sem julgamento (Imagem: KlavdiyaV | Shutterstock)

bem-estar psíquico das mães de forma concreta. “A gente cuida de quem cuida. Quando uma mãe adoece emocionalmente, toda a estrutura em volta dela adoece junto. A saúde mental das mães é um investimento na saúde emocional de toda uma geração”.

Por Mayra Barreto Cinel

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