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5 apegos que mantêm as mulheres em relações abusivas

Por Edicase

Publicado em 09/05/2025 17:16:20
Sair de um relacionamento abusivo requer coragem para quebrar padrões (Imagem: Alphavector | Shutterstock)
Sair de um relacionamento abusivo requer coragem para quebrar padrões (Imagem: Alphavector | Shutterstock)

Sair de uma relação ruim raramente é uma escolha puramente racional. Por mais que a mente diga “isso não me faz bem”, existe algo mais profundo que nos mantém ali — uma força emocional e inconsciente que opera abaixo da superfície. E é por isso que muitas mulheres seguem presas a relações que machucam, mesmo sabendo que merecem mais.

O relatório “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil (2025)”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que 37,5% das mulheres permaneceram em relações prejudiciais por medo da solidão, por baixa autoestima ou por acreditarem que o outro poderia mudar. Esses dados não apenas ilustram uma realidade dolorosa — eles escancaram o quanto estamos lidando com mecanismos afetivos e psíquicos que vão além da razão.

A psicanálise nos ajuda a entender que há em nós a tendência inconsciente de repetir padrões, mesmo quando eles são destrutivos. É como se estivéssemos tentando, de forma disfarçada, resolver antigos vazios afetivos. 

Abaixo, exploro lista cinco tipos de apegos que atuam como armadilhas emocionais e nos prendem a relações que já não fazem sentido.

Olhar com coragem para esses apegos é o primeiro passo para quebrar o ciclo

A psicanálise nos mostra que, muitas vezes, não é o outro que nos prende — somos nós que ainda não conseguimos soltar os fantasmas internos que alimentam esse tipo de vínculo. Romper não é só dizer “basta” — é entrar em contato com partes nossas que foram negligenciadas, machucadas ou silenciadas. É entender que o que dói hoje talvez seja uma repetição do que já doeu antes — e que só vai deixar de se repetir quando for, de fato, elaborado.

Libertar-se é mais do que sair de um relacionamento; é sair do enredo que nos ensinou a aceitar pouco. E, principalmente, reconstruir o próprio desejo com base no amor-próprio, não na carência.

Por Mayra Cardozo 

Terapeuta e advogada especialista em gênero e sócia do escritório Martins Cardozo Advogados Associados. Idealizadora do método Alma Livre, criado para auxiliar mulheres a saírem de relacionamentos tóxicos e abusivos.

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