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Veja como o climatério e a menopausa afetam a saúde das mulheres

Por Edicase

Publicado em 15/05/2025 16:41:32
As mulheres tendem a ganhar mais peso no climatério (Imagem: Monkey Business Images | Shutterstock)

Embora mais de 30 milhões de brasileiras estejam vivendo o climatério ou a menopausa, segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo, 2024), a maioria dessas mulheres ainda enfrenta dificuldades para identificar essa fase e receber orientação adequada.

O número de diagnósticos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) — pouco mais de 238 mil — mostra o quanto o climatério continua invisível para o sistema de saúde. A falta de informação, por sua vez, pode agravar sintomas físicos e emocionais que já são desafiadores por si só.

A nutricionista Lica Stefani, especialista em saúde feminina e menopausa, explica que, embora a idade média da menopausa natural no Brasil seja de 51,2 anos (dados da Universidade Estadual de Campinas com mulheres de Campinas), muitas começam a sentir os efeitos do climatério até 10 anos antes da menopausa.

“O climatério é a fase de transição que antecede a menopausa, marcada por oscilações hormonais que podem durar anos e trazer diversos sintomas físicos e emocionais, e frequentemente as mulheres engordam muito nesta fase”, esclarece.

Causas do ganho de peso no climatério e na menopausa

Lica Stefani explica que a queda do estrogênio durante a menopausa provoca duas alterações significativas: a redistribuição da gordura corporal (que migra dos quadris e coxas para a região abdominal, aumentando o risco de doenças cardiovasculares) e o desenvolvimento de resistência à insulina, que favorece o acúmulo de gordura visceral. Paralelamente, ocorre a perda progressiva de massa muscular (sarcopenia), que se intensifica nessa fase e reduz o metabolismo basal em até 30%, facilitando o ganho de peso mesmo sem mudanças na alimentação.

Além disso, os distúrbios do sono (como insônia e suores noturnos) elevam os níveis de cortisol, hormônio que promove o acúmulo de gordura abdominal. “Dados globais revelam que 65,5% das mulheres entre 40-59 anos e 73,8% acima de 60 anos apresentam obesidade abdominal, com risco 1,66 vezes maior de desenvolver sobrepeso independentemente da idade ou atividade física. Essas transformações destacam a importância de estratégias específicas para preservar a saúde metabólica nessa fase”, enfatiza.

Nutrição como uma grande aliada

Diante de todos esses efeitos no organismo, uma boa nutrição é essencial e faz toda a diferença para as mulheres. “Essas mudanças não ocorrem de forma isolada, mas, sim, em um efeito dominó. Por exemplo, os distúrbios do sono (comuns devido aos fogachos noturnos e à queda na produção de melatonina) agravam a fadiga e o humor, enquanto a inflamação crônica de baixo grau, típica dessa fase, intensifica dores articulares e o risco metabólico. O corpo, que antes funcionava em um equilíbrio hormonal preciso, necessita se adaptar a uma nova realidade — e é essa transição complexa, que pode durar anos”, afirma. 

Diante de tantas transformações físicas e emocionais, é fundamental compreender que a nutrição vai além de uma simples escolha alimentar: trata-se de um cuidado estratégico com o corpo e a mente. Adaptar a dieta ao novo contexto hormonal pode restaurar o equilíbrio e melhorar a qualidade de vida.

Por Gil Stefani

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