10 livros para construir uma cultura antirracista
Por Edicase
Publicado em 21/05/2025 10:30:19No dia 13 de maio de 1888, foi assinada a Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravatura no Brasil — o último país das Américas a extinguir esse regime. Apesar de representar um marco histórico na luta contra a escravidão, a lei teve um caráter simbólico e incompleto. Sem nenhum tipo de reparação, inclusão social, apoio do Estado ou acesso à terra, educação, moradia ou trabalho digno, as pessoas negras foram deixadas à própria sorte em uma sociedade ainda profundamente racista e excludente.
É nesse contexto que surge a necessidade de construir uma cultura antirracista. Não basta ser contra o racismo de forma passiva; é preciso agir ativamente para desconstruir os preconceitos, combater a discriminação e transformar estruturas sociais, educacionais, políticas e culturais que perpetuam até hoje desigualdades. A cultura antirracista reconhece a contribuição dos povos negros à sociedade, valoriza suas histórias e promove a equidade racial em todos os espaços.
A literatura tem um papel fundamental nesse processo. Ela é uma ferramenta poderosa de formação de pensamento crítico, de empatia e de ressignificação de narrativas. Essa seleção de livros visibiliza a história negra, cria identificação e representatividade e educa os leitores para compreenderem as dores, lutas e resistências do povo negro, promovendo conscientização sobre o tema. Também reescreve o imaginário coletivo, substituindo estereótipos por personagens complexos, heroicos, diversos e humanos.
Abaixo, confira 10 livros para construir uma cultura antirracista!
1. Manual prático de educação antirracista
Utilizando a experiência como educador e da MPBIA, uma pedagogia inovadora que hoje é referência nacional de educação antirracista, Allan Pevirguladez apresenta uma obra que visa auxiliar educadores, pais e empresários a promoverem uma relação mais saudável e inclusiva. A intenção do autor é estimular a equidade para todos, sem espaço para o racismo atuar com tranquilidade, estancando de vez todo o mal que ele causa.
“Na solitária” traz a história de Albert e outro membro dos Panteras Negras, que foram acusados e condenados por um crime sem provas contra eles (Imagem: Reprodução digital | Editora Alta Life)
Albert e outro membro dos Panteras Negras foram acusados por um crime e, sem provas contra eles, seus julgamentos foram uma fraude que os condenou à prisão solitária perpétua. Décadas se passaram antes que Albert conseguisse um advogado obstinado, conseguiu libertá-lo em 2016. Ele sobreviveu para nos entregar esta crônica de poder e humanidade raros e comprova que a nossa natureza pode superar qualquer adversidade.
Por Ana Paula Gonçalves